Irmão de Obama promete linha direta com Casa Branca
"Graças ao meu apelido, tenho os contactos necessários para trazer o desenvolvimento a Siyaya", distrito de 800 mil habitantes próximo do lago Vitória ao qual pertence a localidade de Kogelo, local de origem da família Obama, afirmou.
Malik Obama, 54 anos, viveu a maior parte da vida adulta nos Estados Unidos. É filho de Barack Hussein Obama (1936-1982) e afirma que o êxito do meio-irmão, Barack Obama, o "inspirou e estimulou" a candidatar-se.
"Quando vejo o sucesso que o meu irmão teve na América penso que estaria a abandonar o meu povo se não seguisse as suas pegadas (...) e me tornasse um dirigente dedicado, honesto e empenhado", disse Malik Obama à AFP na casa da família em Kogelo.
"Chegou a minha hora. Vou deixar o meu irmão orgulhoso (...). Através de mim, os sonhos do nosso pai vão realizar-se e espero que, onde quer que ele esteja, nos olhe com orgulho", acrescentou.
O rival de Malik e favorito na corrida eleitoral em Siyaya é Oburu Odinga, irmão mais novo de Raila Odinga, primeiro-ministro queniano e líder da comunidade 'luo', à qual também pertencem os Obama.
"Por que razão os meus concidadãos se contentariam com uma ligação local se eu lhes posso dar uma ligação direta com a Casa Branca?", ironizou o meio-irmão de Obama, que fez cartazes de campanha com a frase "Obama aqui, Obama lá".
Contabilista de profissão, Malik afirma não se rever em nenhum dos partidos do Quénia, que "não se preocupam com o povo", e afirma ser o candidato certo para combater "o ciclo sem fim de pobreza e desemprego".
"O mundo avançou em vários aspetos e eu quero ajudar os meus a alcançá-lo. Ter água corrente e eletricidade permanente não devia ser um problema na nossa época", disse.
Em Siyaya, 30 por cento da população vive abaixo do limiar de pobreza e as taxas de prevalência do vírus da sida e do paludismo estão entre as mais altas do país.
"Não vou inventar a roda. Vou ver e fazer o que resultou noutros locais", assegura, acrescentando que o principal obstáculo à sua eleição é que, ao contrário do que é habitual no Quénia, ele não distribui dinheiro para atrair eleitores aos seus comícios.
Segundo o jornalista da France Presse que acompanhou Malik Obama durante um dia de campanha, o candidato apenas distribuiu calendários, nos quais aparece numa fotografia ao lado de Barack Obama na Sala Oval.
Malik disse ao jornalista que gostaria de ver abrir um restaurante McDonalds em Kogelo, para que os seus habitantes "possam desfrutar daquilo que a vida tem de melhor".
O Quénia realiza a 4 de março eleições gerais para escolher o presidente, os deputados ao parlamento e os governadores locais.