"Hoje começou a contagem regressiva para ultrapassar os 300 quilos de reservas enriquecidas de urânio e daqui a 10 dias, ou seja, em 27 de junho, vamos ultrapassar esse limite", afirmou Behrouz Kamalvandi em conferência de imprensa emitida pela televisão estatal iraniana..O acordo assinado em 2015 com o chamado grupo P5+1 - China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, Alemanha e Estados Unidos (embora este país tenha abandonado o acordo no ano passado - determina que o Irão só pode produzir urânio enriquecido até um limite de 300 quilogramas e não pode exceder os níveis de baixo enriquecimento, de 3,67%..O porta-voz da Organização iraniana de Energia Atómica lembrou, nas declarações de hoje, que o Irão já quadruplicou a sua produção de urânio pouco enriquecido, embora na altura a Rússia tenha garantido que esse aumento estava a ser realizado sob o controle da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)..O anúncio de que vai ultrapassar os limites fixados pelo acordo foi feito numa altura em que surgem acusações ao Irão sobre ataques a petroleiros na semana passada, o que o Irão considerou ser uma campanha "iranofóbica"..Na quinta-feira, um petroleiro norueguês e outro japonês foram atacados quando navegavam no golfo de Omã, junto ao estreito de Ormuz, ao largo do Irão..Um dia depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, afirmou que a responsabilidade pelos ataques é "quase de certeza" do Irão..Jeremy Hunt apelou ao Irão para que acabe com toda a "atividade desestabilizadora", sublinhando que o Reino Unido "está em estreita coordenação com os parceiros internacionais para encontrar soluções diplomáticas que visem acalmar as tensões"..Também os Estados Unidos culparam o Irão pelo ataque, apesar de Teerão ter declarado não estar envolvido e ter acusado Washington de uma "campanha iranofóbica".