Irão diz que cientista nuclear foi morto e aponta o dedo a Israel

O cientista Mohsen Fakhrizadeh foi alvejado no carro e não resistiu aos ferimentos. "Terroristas assassinaram um eminente cientista iraniano hoje", reagiu o ministro das Relações Exteriores do Irão.<br/>
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O Irão informou que um de seus cientistas nucleares mais proeminentes foi assassinado nesta sexta-feira (27) durante um ataque armado ao seu carro, nos arredores de Teerão. O regime iraniano acusou o arquirrival de Israel de estar por trás deste ataque.

O cientista Mohsen Fakhrizadeh foi "gravemente ferido" quando os agressores alvejaram o seu carro antes de se envolverem num tiroteio com sua equipa de segurança, disse o Ministério da Defesa iraniano em comunicado.

Os dirigentes iranianos acrescentaram ainda que Fakhrizadeh, que chefiava o departamento de pesquisa e inovação do Ministério da Defesa, foi mais tarde "martirizado", já que os médicos não conseguiram reanimá-lo.

Fakhrizadeh, que foi descrito pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu como o pai do programa de armas nucleares do Irão, estava a viajar num carro perto da cidade de Absard, no condado oriental de Damavand, na província de Teerão.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que havia "sérios indícios de um papel israelita" no assassinato do cientista. "Terroristas assassinaram um eminente cientista iraniano hoje", escreveu Zarif no Twitter.


"Esta covardia - com sérios indícios do papel israelita - mostra uma guerra desesperada dos seus perpetradores", acrescentou. Zarif também pediu à comunidade internacional que "acabe com seus vergonhosos duplos padrões e condene este ato de terrorismo de Estado".

O assassinato de Fakhrizadeh ocorre menos de dois meses antes de Joe Biden tomar posse como presidente dos Estados Unidos.

Biden prometeu um retorno à diplomacia com o Irão depois de quatro anos conflituosos sob a presidência de Donald Trump, que se retirou do acordo nuclear com o Irão em 2018 e começou a reimpor sanções ao país.

Trump disse na altura que o negócio conhecido formalmente como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) não oferecia garantias suficientes para impedir que Teerão adquirisse uma bomba atómica. O Irão sempre negou desejar o acesso a esse recurso nuclear.

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