Um investimento de 55 milhões de euros da multinacional alemã Enercon, cuja primeira pedra foi lançada por José Sócrates em 2008, está ainda por concretizar, não tendo passado da fase de terraplanagens, devido à falta de licenças e de um acesso à auto-estrada para veículos de grandes dimensões. ."Os projectos para o licenciamento da fábrica de pás de rotor estão para aprovação quer na câmara quer na Direcção-Geral de Economia do Norte", explicou Francisco Laranjeira, responsável da Enercon em Viana do Castelo, confirmando que apenas estão feitas as terraplanagens. A fábrica, a sexta da multinacional alemã, deveria entrar em funcionamento entre o final deste ano e o início de 2010, mas nessa data só deverá estar a arrancar a construção, diz fonte da Enercon. ."Não podemos responder pelos prazos da Enercon. O nosso, que era de lançar a obra do novo acesso até ao final do ano, está a concretizar-se", explicou ao DN José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana. "Os trabalhos de limpeza dos terrenos arrancaram na semana passada. Dentro de quatro meses, a obra estará concluída", sublinhou, lembrando que foi necessário adquirir terrenos, obter financiamento, elaborar um projecto e submetê-lo à aprovação da Estradas de Portugal. Paralelamente, esta obra vai ainda obrigar à correcção de um conjunto de curvas perigosas na EN305. "Da parte da câmara não há qualquer problema.".A fábrica de pás de rotor, que vai ser instalada em Lanheses, concelho de Viana do Castelo, vai significar um investimento de 55 milhões de euros e criará 500 postos de trabalho numa área de 85 mil metros quadrados. Nessa altura, o consórcio das eólicas liderado pela alemã Enercon superará os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e o Centro Hospitalar do Alto Minho no título de maior empregador do distrito..No âmbito do cluster de energias eólicas, apelidado de "Autoeuropa do Vento", estão já em funcionamento cinco unidades da Enercon, distribuídas pelo Parque Empresarial da Praia Norte e Parque Empresarial de Lanheses. São já mais de mil postos de trabalho distribuídos pelas fábricas de pás de rotor e das torres de betão, com 83 metros de altura, para instalação dos aerogeradores. A que se somam as fábricas de mecatrónica e de geradores, para além de uma unidade de formação.