Investigação 'afasta' do Giro campeão mundial

A BMC voltou a suspender os italianos Alessandro Ballan, campeão mundial de 2008, e Mauron Santambrogio, retirando-os da lista de inscritos para a Volta à Itália, na sequência da investigação da justiça italiana que terá encontrado provas de um esquema de doping na Lampre nos anos em que os dois ciclistas competiam por esta equipa.
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Segundo a AFP, a equipa de ciclismo norte-americana anunciou ter decidido "suspender provisoriamente até novas ordens" os dois corredores, "na sequência de novas informações recebidas e tendo em conta a política antidopagem em vigor" internamente na própria formação. "A investigação italiana reporta-se a quando os dois corredores não faziam parte da equipa BMC", vincou o presidente do grupo, Jim Ochowicz. No comunicado lê-se que Ballan, campeão do mundo em 2008, e Santambrogio "devem responder às acusações formuladas contra eles a nível particular". Mesmo assim, diz a BMC, "a equipa vai respeitar a presunção de inocência de ambos". A formação norte-americana prometeu "cooperação total com as autoridades" e adiantou que Ballan e Santambrogio "mostraram-se bastante cooperantes durante a investigação".

Os dois ciclistas já estiveram suspensos pela equipa há cerca de um ano quando se tornou pública a existência de uma investigação conduzida pelo juiz Antonino Condorelli. O inquérito descobriu um alegado esquema de dopagem organizada na Lampre nos anos de 2008 e 2009, no qual eram fornecidas substâncias dopantes (hormona de crescimento, eritropoietina, anabolizantes, etc) aos corredores por um farmacêutico estabelecido nos arredores de Mantova.

A investigação implicou 32 pessoas, incluindo 14 ciclistas que passaram ou ainda estão na Lampre (Ballan, Bandiera, Bindi, Bruseghin, Caucchioli, Cunego, Da Dalto, Gavazzi, Lorenzetto, Manuele e Massimiliano Mori, Ponzi, Santambrogio, Tomei), e ainda o italiano Daniele Pietropolli e o dinamarquês Michael Rasmussen, expulso da Volta à França de 2007 por outras infracções aos regulamentos antidopagem.

Os suspeitos estão acusados de tomarem "substâncias e medicamentos proibidos não justificados por condições patológicas e que podem alterar o desempenho desportivo" [em Itália o consumo de dopante é considerado delito pelo código penal, ao contrário da maioria dos outros países] e de "terem comprado ou obtido fármacos de fontes ilegais", diz a Gazzetta dello Sport, citada pelo site Cyclingnews. Ballan é ainda suspeito de se ter submetido a transfusões sanguíneas.

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