Impresa compromete-se a "privilegiar ofertas que incluam os trabalhadores"
O grupo Impresa comprometeu-se esta quinta-feira a "privilegiar ofertas de compra que incluam os trabalhadores" das 13 publicações que pretende vender, relativamente às quais diz já ter recebido "cerca de uma dezena" de propostas, divulgou o Sindicato dos Jornalistas.
Em comunicado emitido após uma reunião com o presidente da Comissão Executiva do grupo Impresa a propósito do futuro das revistas do grupo, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) diz ter obtido destes responsáveis "o compromisso de privilegiar as ofertas de compra para as 13 publicações à venda que incluam os trabalhadores desses mesmos títulos".
"Francisco Pinto Balsemão e Francisco Pedro Balsemão reconheceram que 'a situação é preocupante' e frisaram que manter um jornalismo independente implica obter dinheiro para o financiar", revelou.
A administração da Impresa afirmou esta quinta-feira que foram efetuados contactos junto de potenciais interessados. E que no seguimento da iniciativa, a Impresa "recebeu manifestações de interesse, que serão analisadas no decurso do processo formal de negociação", pode ler-se num comunicado enviado à CMVM.
Na reunião, os responsáveis do grupo adiantaram ter recebido "cerca de uma dezena" de propostas de compra que revelaram ser "desde grupos de média a empresários individuais", e pretendem agora analisá-las "o mais rápido possível". O número de interessados foi considerado por ambos como "um indicador positivo".
A venda das publicações Visão, Visão Júnior, Visão História, Caras, Caras Decoração, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas, TV Mais, Courrier Internacional, Blitz e Jornal de Letras foi justificada pela Impresa como fazendo parte de uma estratégia de "reposicionamento" do grupo.
De fora do processo estão o canal de televisão SIC e o semanário Expresso, tendo Francisco Pinto Balsemão e Francisco Pedro Balsemão garantido ao SJ que "não estão no horizonte outras operações".
A Impresa anunciou a 23 agosto a venda de todas as publicações (excluindo o Expresso) do grupo, onde trabalham mais de uma centena de pessoas, na maioria jornalistas.