Homenagem à arte de filmar

<strong>O CINEMA, MANOEL DE OLIVEIRA E EU</strong>, de João Botelho
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O ano passado tivemos Outros Amarão as Coisas que eu Amei, de Manuel Mozos sobre João Bénard da Costa, este ano temos O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu, de João Botelho. São tributos passionais, documentos que convidam à intimidade artística, e que procuram um espectador também ele apaixonado. Botelho declara-se isso mesmo, em relação a Manoel de Oliveira, e o filme que chega agora às salas cresce diante dos nossos olhos, à medida que a voz do realizador - o Eu - dá sentimento ao texto escrito para a viagem tracejada pela obra do mestre.

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Entre Douro, Faina Fluvial e O Gebo e a Sombra, são muitos os planos aqui isolados, de diversos filmes, que ensejam a apreciação concentrada de detalhes e momentos desta cinematografia multifacetada. No final, Botelho filma uma das histórias que Oliveira deixou na gaveta. E fá-lo, diga-se, com a candura de quem quis, acima de tudo, endereçar uma carta ao firmamento, desejando que o cineasta que não a pôde filmar, se encontrasse com a narrativa acarinhada. É uma graciosa homenagem, que não deixa de se definir igualmente pela sua utilidade formativa.

Classificação: ****

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