A pátria de Beethoven, Schubert e Wagner está com um problema lírico. Foi Franz Beckenbauer, antigo campeão do mundo, que chamou a atenção para o assunto: "Todos os jogadores deviam cantar o hino." Soou a advertência - e era. Há jogadores da selecção que não querem cantar o hino alemão. Esquisito. O hino chama-se "A Canção dos Alemães", o que para uma equipa de alemães me parece adequado. A música é de Joseph Haydn - entre os compositores de hinos de todo o mundo, nenhum tem obra como ele, considerado o pai da sinfonia clássica. Talvez a repulsa fosse pela letra. Fui lê-a, são oito versos de uma estrofe, li o verso "fraternalmente com coração e mão" e por duas vezes um apelo a "unidade e justiça e liberdade", e tudo o mais assim, generoso. Então, porquê a recusa de alguns jogadores? O treinador da equipa, Jogi Löw, respondeu: "Temos de ter em conta a sua herança cultural." Ah, como Özil é de origem turca, o pai de Khedira é tunisino e Trochowski nasceu na Polónia, está explicado que não cantem o hino alemão. Não herdaram esse costume. Por outro lado, em casa deles, eram eles pequeninos, havia um grande emblema da Adidas. Daí eles porem a Adidas ao peito, como a selecção os obriga, e eles fazem sem problema nenhum.