Guerra no maior escritório do País leva à saída de cinco advogados

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A PLMJ, maior sociedade de advogados em Portugal com 200 advogados, acaba de perder cinco sócios depois de, na passada semana, ter visto o Conselho de Administração demitir-se. "Diferentes perspectivas quanto à organização e estratégia da PLMJ" foi a razão oficial apresentada por José Miguel Júdice. Dulce Franco, Gabriela Rodrigues Martins, Maria João Verde, José Jácome e Vítor Pereira das Neves estão de saída. Na passada sexta-feira, o escritório de advogados assistiu à queda do Conselho de Administração que estava em funções apenas desde Janeiro, presidido por Fernando Campos Ferreira. O escritório passa agora a contar com 36 sócios.

Em comunicado, a PLMJ explica os últimos acontecimentos como uma saída, "de forma tranquila e amigável", conforme se pode ler-se no documento. A crise entre sócios que se tem verificado nos últimos meses, segundo fonte da sociedade avançou ao DN, concretizou-se na semana passada, com a demissão do presidente do Conselho de Administração, Fernando Campos Ferreira, que recebeu em solidariedade a demissão da restante administração.

Em causa poderão ter estado divergências estratégicas entre grupos de sócios mas também divisões na remuneração de estagiários e na autoridade dos órgãos. Tese que é, no entanto, negada por José Miguel Júdice. A suceder a Fernando Campos Ferreira, a PLMJ escolheu um dos sócios fundadores, Luís Sáragga Leal e amigo de longa data de José Miguel Júdice. Desde 1991 que o escritório de advogados não era gerido apenas por uma pessoa. Nos últimos anos era uma estrutura colegial que estava a cargo da gestão da sociedade de advogados. Desta feita, são os pais fundadores que regressam à gestão activa da PLMJ - fundada por António Maria Pereira, Luís Sáragga Leal, Francisco Oliveira Martins e José Miguel Júdice.

Com um crescimento superior a 30% desde 2004, a sociedade de José Miguel Júdice facturou, em 2006, cerca de 35 milhões de euros e conta com alguns dos nomes mais sonantes da advocacia portuguesa como Nuno Morais Sarmento, José da Cruz Vilaça, Luís Sáragga Leal e Francisco Oliveira Martins. No início do mês, o mesmo escritório foi acusado de não pagar à Segurança Social, depois de uma queixa de um ex-funcionária.|

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