Grupo Sonae compra Carrefour

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O grupo francês Carrefour chegou a acordo para a venda dos seus hipermercados em Portugal ao grupo Sonae. Segundo a versão online do semanário Sol, o preço da aquisição é de 662 milhões de euros.

O DN confirmou junto de várias fontes o negócio e o montante em causa, o qual não inclui a cadeia Minipreço detida pelo Dia, marca de lojas Discont que é também controlada pelo grupo francês. A aquisição, que será anunciada hoje, envolve 12 hipermercados e mais 11 licenças aprovadas para novas unidades. Os activos incluem ainda oito estações de serviço integradas em grandes superfícies controladas pela cadeira francesa.

A venda negociada directamente com a direcção do grupo em França representa o primeiro grande negócio de Paulo Azevedo como presidente da Sonae. O gestor já tinha mostrado interesse do grupo em crescer na distribuição, onde é líder do mercado.

O acordo surge poucos anos depois de ter terminado um longo braço-de-ferro entre o Carrefour e a Sonae dentro da Modelo Continente, O grupo francês controlava 22% do capital da empresa da Sonae. A venda ao grupo de Belmiro de Azevedo aconteceu em Novembro de 2004 por 345 milhões de euros. Antes, o grupo francês tinha comprado alguns dos supermercados da Sonae no estado brasileiro de S. Paulo.

A saída do Carrefour de Portugal, onde entrou em 1990, já era esperada e no início desta semana, o Diário Económico dizia que os principais interessados eram a Sonae e também francesa Auchan, dona dos hipermercados Jumbo.

O grupo francês, que é segundo maior a nível mundial, nunca conseguiu alcançar um lugar de liderança no mercado português dominado por dois grandes players nacionais, a Modelo Continente e a Jerónimo Martins. O facto de o Carrefour estar posicionado nas grandes superfícies comerciais não ajudou, já que foi à abertura de novos hipermercados que vários governos colocaram entraves, chegando a congelar licenciamentos durante anos.

Por outro lado, a estratégia do grupo francês passa por ter posições de liderança nos países onde está, o que não acontece em Portugal

Apesar de o Carrefour não ter uma quota de mercado muito relevante, o negócio, pela sua dimensão, terá de passar pelo crivo das entidades da concorrência, quer em Portugal quer mesmo em Bruxelas. No passado, o Governo de António Guterres travou uma tentativa de fusão entre a Modelo Continente e a Jerónimo Martins para evitar a criação de um grupo dominante no mercado.

Em 2006, o Carrefour facturou em Portugal 505 milhões de euros, sendo a sexta maior cadeia, em vendas excluindo a sua participada Dia. Aliás, o Minipreço estava à frente em volume de negócios, cerca de 705 milhões de euros, liderando em número de lojas. O ranking da APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição) é liderado pela Sonae Distribuição com um volume de negócios de cerca de 3,5 mil milhões de euros. |- A.S., J.D. e C.A. e PAULO SPRANGER (imagem)

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