"Nunca tive nenhum prémio, nunca esperei por nenhum prémio, nunca escrevi para prémios, nunca entrei nesse circuito e foi com estranheza que recebi a notícia", declara ao DN Francisco José Viegas, 44 anos, a cujo livro Longe de Manaus (Edição Asa) foi atribuído o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) 2005. Além da "estranheza", o escritor e jornalista experimentaria "também uma certa satisfação", parecendo-lhe até que "seria muito arrogante se a não sentisse". .O director da Casa Fernando Pessoa não recusará, pois, o prémio, "nem os 15 mil euros" correspondentes, em cujo destino, porém, não pensou, sob o "efeito de surpresa". O que não surpreende o autor de Morte no Estádio e Lourenço Marques é a falta de unanimidade do júri: Liberto Cruz, Luiz Fagundes Duarte, Luís Mourão, Serafina Martins e Teresa Martins Marques, tendo os dois primeiros votado em A Voz da Terra, de Miguel Real (Quidnovi). Para Viegas, isso apenas "é significativo de que há bons livros". "O Miguel Real é um grande amigo e foi das primeiras pessoas a felicitar-me. Acho A Voz da Terra um bom livro e entrevistei-o até duas vezes sobre ele", vinca o também autor de programas de livros na RDP e RTP..Nesta 24.ª edição, o Grande Prémio APE de Romance e Novela, segundo comunicado da associação, registou "recordes absolutos" de candidaturas, em livros (90) e em editoras concorrentes (40). EF