Graça Morais expõe em Bragança pinturas sobre a sua vivência em Cabo Verde

O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, acolhe a partir de hoje e até 17 de junho a exposição de pintura "Cabo Verde, o Espírito do Lugar" que apresenta quadros da artista pintados entre 1988/89.
Publicado a
Atualizado a

"Este trabalho nasceu de um desafio lançado pelo então embaixador de Portugal em Cabo Verde, José Fernandes Fafe, para ajudar a entender um pouco daquele país. Nunca imaginei, passados 30 anos, que a minha cidade, Bragança, pudesse acolher cerca de 700 jovens cabo-verdianos a quem eu ofereço esta exposição ", vincou Graça Morais, no decurso do ato inaugural da exposição, ao qual se associou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

A cidade de Bragança acolhe mais de 7.000 alunos, dos quais mais de mil são estrangeiros. Só cabo-verdianos são cerca de 700.

Ao longo de dois anos, a artista viveu o tempo cabo-verdiano para, trazer à pintura a experiência desse encontro direto com um novo país, outras gentes, outra paisagem.

"Os rostos das mulheres, aqui as grandes protagonistas, agregam ou sobrepõem instrumentos de trabalho e animais, sejam reais ou frequentemente imaginados, criando composições capazes de, no conjunto evocarem o espírito do lugar, tocando, muitas vezes, o sentido do sobrenatural e do mágico", explicou a pintora transmontana.

Para o presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, a fase seguinte é catalogar o trabalho de Graça Morais para trazer novas formas de abordar o ensino.

"Através das obras de Graça Morais queremos que os alunos do IPB sintam uma liberdade na forma de criar, de fazer coisas. O objetivo principal é criar um laboratório de artes na montanha, dedicado a pintora", explicou.

Segundo os promotores, o Laboratório de Artes de Montanha será um espaço vivo, que possa contribuir para uma nova forma de aprendizagem dos alunos do IPB através da arte.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais e o Laboratório de Artes de Montanha são dois equipamentos que valorizam o território.

"Estes dois equipamentos levam mais além o conhecimento e o ensino das disciplinas convencionais, mantendo um enfoque nas artes e na natureza. O diálogo entre o conhecimento leva-nos a outros saberes ", concluiu o governante.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt