Um comunicado do Ministério da Educação do Brasil, liderado por Ricardo Vélez Rodríguez, atribuiu a polémica versão do edital, publicada no segundo dia de Governo do Presidente, Jair Bolsonaro, à gestão do seu antecessor Michel Temer. ."O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, decidiu tornar sem efeito o 5.º Aviso de Retificação do edital do PNLD 2020, publicado no dia 02 de janeiro, tendo em vista os erros que foram detetados no documento cuja produção foi realizada pela gestão anterior e enviada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em 28 de dezembro de 2018", refere a nota de imprensa..As normas em causa faziam parte do edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o ano de 2020 e foram publicadas no dia 02 de janeiro. .O documento serve de referência para que as editoras produzam as obras didáticas escolares e as apresentem para avaliação do Governo..Além da eliminação da parte relativa ao retrato da sociedade brasileira através de imagens, no documento foi também excluído o compromisso de apelar para a não-violência contra as mulheres e a promoção das culturas quilombolas..Quilombolas são descendentes de escravos que fugiram antes da abolição da escravatura no Brasil e vivem em pequenas comunidades rurais do interior do país, em áreas demarcadas..Na versão anterior do polémico edital, uma das orientações para as editoras contemplava que fosse promovida "positivamente a imagem da mulher, considerando a sua participação em diferentes trabalhos, profissões e espaços de poder, valorizando sua visibilidade e protagonismo social, com especial atenção para o compromisso educacional com a agenda da não-violência contra a mulher"..Numa das primeiras medidas como novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez eliminou a secretaria responsável por ações de diversidade, como direitos humanos e relações étnico-raciais, criando uma secção denominada alfabetização.