Recebeu uma fatura do seu operador de telecomunicações com uma subscrição de um jogo online ou um passatempo a que nunca aderiu? Pois, está entre milhares de portugueses a quem isso sucede, confirma a Deco, e o mais provável é ter aderido, ou o seu filho, sem se dar conta - as letras pequenas no fundo da página raramente são lidas pelos consumidores. É possível cancelar o serviço, através da operadora ou diretamente no fornecedor. Mas o mais certo é ter de pagar o período já subscrito.."Pensava que estava a responder a um simples quiz na internet. Não tinha qualquer informação que o serviço era a pagar e não autorizei que me retirassem o dinheiro. Peço que cancelem a minha subscrição e que me devolvam o dinheiro, pois em momento algum autorizei que me cobrassem o serviço!" Este é um exemplo de uma das muitas queixas que se podem encontrar nos portais abertos aos consumidores sobre a subscrição de serviços, como jogos online, passatempos ou concursos em que se responde a uma pergunta e se habilita a um prémio..Em muitos casos, as pessoas subscrevem estes serviços sem se aperceberem, com situações em que são crianças a clicar num banner de publicidade e depois subscrevem sem terem noção de que é um serviço a pagar. O pagamento por norma é feito através das operadoras de telecomunicações, como a MEO, NOS ou Vodafone. Estas dizem que só podem cancelar o serviço após a reclamação do cliente. Antes, estariam a interferir na escolha dos utilizadores que podem mesmo querer aderir..Este circuito fica patente no exemplo de outra queixa: "Comecei há cerca de dois meses a receber uma mensagem muito estranha de uma entidade, onde indicaram que subscrevi o serviço com o custo de 3.99euro. Não liguei muito, até confirmar na minha fatura que me eram descontados diversas vezes o valor de 3.99euro e outros de 1.70. Dirigi-me à minha operadora que diz que não se responsabiliza.".[destaque:Subscrições na internet de jogos ou concursos aparecem nas faturas das operadoras sem que clientes tenham noção de ter aderido].A Deco confirmou ao DN que continua a receber queixas sobre estas situações. "As reclamações sobre serviços nas comunicações, em especial os de valor acrescentado, são recorrentes. Os formatos é que vão mudando ao longo dos anos. Em 2008 e 2009, houve um grande boom com os toques polifónicos para telemóveis. As queixas foram muitas, hoje é mais com jogos mas em menor número", disse ao DN Graça Cabral, assessora de comunicação da associação de defesa do consumidor..Como intermediários surgem os operadores. "Não têm como saber se o serviço foi subscrito de forma voluntária ou não. Só após reclamação é que atuam", explica a Deco, que alerta os consumidores para terem cuidado..Estas empresas que hoje operam na internet, como elevado recurso a redes sociais como o Facebook, estão registadas na ANACOM como Serviços de Valor Acrescentado. O Gamifive é um dos serviços de jogos com mais queixas. Está registado através da empresa Movilisto Portugal, Lda., os serviços que presta são descritos como "descarregar e usar aplicações e conteúdos para telemóvel. " Cobra 2,10 euros por cada SMS de confirmação e apresenta um preço de 6,30 euros como valor máximo a pagar por semana. A empresa, que ontem o DN tentou contactar sem êxito, apresenta nas respostas a reclamações que a rescisão do contrato é sempre possível, através de SMS, telefone ou e-mail..Entre as operadoras contactadas, a MEO responde que "certifica-se de que os produtos implementados seguem um conjunto de regras que visam salvaguardar os clientes, nomeadamente garantir que o fluxo de subscrição é claro e explícito, com a apresentação clara e inequívoca dos preços praticados e o envio de um SMS no ato da subscrição". Além disso, "os clientes MEO podem inibir a subscrição deste tipo de serviços na Área de Cliente online ou através do número de apoio ao cliente".. Com Ana Marcela