Crime em Aguiar da Beira. GNR pede a populações vizinhas que fiquem em casa
As autoridades montaram um cerco na zona de Viseu para deter um dos suspeitos dos crimes de Aguiar da Beira desta manhã. "Isolámos uma área e acreditamos que o suspeito está nessa zona. Agora estamos a fazer batidas, a percorrer toda essa zona", explica ao DN o major Marco Cruz, da divisão de relações públicas da GNR.
Foi no início desta operação policial que um militar da GNR ficou ferido, na sequência de uma troca de tiros com um suspeito, baleado nas pernas.
A operação estava ainda em curso ao final do dia e sem hora para terminar, com a Guarda a "apelar a todos os residentes das localidades de Candal, Póvoa das Leiras e Coelheira", em São Pedro do Sul, "para se manterem no interior das suas residências, sobretudo durante o período noturno", segundo alerta enviado às redações.
"De igual forma e por motivos de segurança recomendamos a não utilização da Estrada Nacional 326, que faz a ligação entre as localidade de S. Pedro do Sul e Arouca", lê-se no mesmo texto.
Antes, o major Marco Cruz negara que tenha ocorrido qualquer detenção em Aguiar da Beira, nem relacionada com este caso nem com um assalto a um funcionário de um banco da localidade de Mosteiro, daquele concelho. "Pela GNR não houve nenhuma detenção em Aguiar da Beira. Um indivíduo foi identificado como suspeito do roubo", esclareceu.
Desde a manhã que a GNR estava a concentrar todos os esforços para tentar detetar e capturar dois homens, considerados perigosos, suspeitos de terem matado um militar da GNR e ferido outro, em Aguiar da Beira. Há ainda a suspeita de que os mesmos criminosos tenham estado envolvidos noutro caso, um casal que foi baleado a alguns quilómetros, tendo o homem morrido no local.
"Neste momento, a GNR dirigiu todos os esforços para detetar os suspeitos, estão todos os comandos limítrofes em ação, no apoio. A polícia espanhola está obrigatoriamente ao corrente dos acontecimentos, pois não podemos descartar a possibilidade de os suspeitos saírem do país", revelou o major Pedro Gonçalves ao fim da manhã.
Um militar da GNR de 24 anos foi hoje morto e um outro de 41 anos ficou ferido com gravidade, numa altura em que realizavam uma patrulha em Aguiar da Beira.
De acordo com Pedro Gonçalves, estarão envolvidos no mínimo dois suspeitos que devem ser encarados como perigosos, estando um deles identificado e referenciado por outras atividades criminosas, para além de estarem também já duas viaturas suspeitas referenciadas.
"Montámos uma operação no terreno com todos os meios disponíveis da GNR, mais outras forças e serviços de segurança. [A operação] divide-se em controlo de determinados locais, como fronteiras, e fundamentalmente uma componente móvel, onde os meios estão a ser colocados em determinados pontos do território nacional para que rapidamente se localizem e capturem os suspeitos", informou.
Ao contrário do que foi noticiado anteriormente, os dois militares da GNR de Aguiar da Beira foram alvejados durante a madrugada numa ação de patrulhamento e não na sequência de terem sido chamados a responder a um assalto. Segundo Pedro Gonçalves, os militares terão sido alvejados depois de terem confrontado os suspeitos.
"Viemos a aperceber que os suspeitos transportaram um militar para um local próximo, situado a cinco quilómetros. O outro militar ferido foi encontrado no primeiro local na zona industrial de Aguiar da Beira, localidade de Vila Chã", acrescentou.
A GNR só começou a suspeitar que algo se passava com os dois militares em patrulha porque a viatura em que seguiam esteve imóvel durante muito tempo e não conseguiram contactar os militares.
"Os militares não tiveram tempo de pedir ajuda, o que nos leva a pensar que foram surpreendidos. A GNR teve conhecimento que algo se estava a passar por volta das 05:00, 06:00 da manhã, mas a situação ocorreu antes disso: os nossos militares não utilizaram o nosso armamento", apontou.
Ainda durante a manhã, enquanto eram efetuadas buscas aéreas, a GNR detetou mais "duas vítimas civis com ferimentos de bala: um senhor que já não apresentava sinais vitais e uma senhora que ainda apresentava sinais de vida e que se encontrava num estado com gravidade".
Os dois civis encontravam-se "a dez metros da estrada e a cerca de cem metros, mais para dentro do mato, estava a viatura, provavelmente com o objetivo de a ocultar", referiu, acrescentando que "se presume que uma situação esteja relacionada com a outra". Este casal, com idades na casa dos 40 a 50 anos, já está identificado.
(Notícia atualizada às 19:20, com alerta da GNR)