Na base do concerto que o Porto vai assistir no sábado está o álbum editado este ano, "Voos domésticos", em que Rui Reininho, Toli Machado e Jorge Romão, com a produção de Flack, revisitam alguns temas de 30 anos de carreira entre êxitos como "Sangue Oculto" ou "Bellevue" e temas menos tocados e agora refeitos como "Cais" ou "Las Vagas"..O alinhamento integra ainda o inédito que leva o nome do álbum..Rui Reininho disse em entrevista à Lusa como o álbum foi feito: "Como a banda sonora de um espetáculo que queríamos teimosamente fazer".."A ideia não era um 'best of' comum. Pensámos que tínhamos dez músicas que ninguém nos tirava e até 14, vá lá, aceitámos pedidos", recordou..E aceitaram alguns desejos: "Houve gente que mandou sugestões de temas que já não ouviam há muito tempo, como 'Ao soldado desconfiado' ou 'Os homens temporariamente sós', que eram coisas que já não tocávamos e fizemo-lo com gosto". .A nova roupagem das músicas recebeu críticas dissonantes, mas Rui Reininho contrapõe: "Mas quem, se não nós, para poder mexer como nos apetece? As coisas não são uma fera amansada, foram feitas com um sentido de preparar outro tipo de espetáculo"..E o certo é que o primeiro concerto está esgotado, resultado que deixa Reininho "contente", porque afinal tocar nos Coliseus "é sempre um risco que se assume e se falhasse a culpa era dos GNR".."Não sei o que está na cabeça dos meus capangas", admite Reininho, mas por ele era bom que estes concertos fossem uma forma de se despedir "durante uns tempos, de um certos temas, como 'Efetivamente' ou 'Morte ao sol'. Deixar de fazer isso durante uns tempos, até melhor razão". Já são muitos discos, já são 200 e tal temas e se calhar as pessoas têm relações afetivas com alguns temas que nós já não temos", sentenciou. .No concerto do Porto e de 19 de novembro, em Lisboa, os fãs vão poder ver um Reininho que se acha "melhor, menos febril, menos tolinho, até porque as condições são muito melhores e permitem ocupar o palco de outra maneira"..Letrista de uma banda que soube esticar a língua portuguesa como poucas, o vocalista lamenta que haja muitos apelos a que se "compre português, mas que em termos de música ninguém seja solidário".."De certeza que os croatas fazem isso, os espanhóis fazem imenso e os brasileiros só fazem", afirmou.