GNR da Caparica apanhado em rede de cobranças difíceis

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Um militar da GNR, pertencente ao Comando de Setúbal, foi detido no posto da Costa de Caparica (Almada) onde trabalhava, por um superior hierárquico. É suspeito de pertencer a um grupo organizado que se dedicava à extorsão e cobranças difíceis em estabelecimentos de diversão nocturna na Margem Sul, havendo nesta rede indivíduos indiciados por homicídio, associação criminosa, homicídio tentado e roubo.

Há um ano que o militar estava a ser investigado pelos próprios colegas, segundo apurou o DN. "Para nós, mais importante do que a detenção de um agente da autoridade, que mancha sempre qualquer instituição, é não permitir que existam situações destas entre quem tem de dar o exemplo", sublinhou fonte policial.

O guarda acabaria por ser detido, juntamente com outros 14 indivíduos, na noite de quinta-feira, durante uma megaoperação que envolveu 600 operacionais da GNR, PSP e SEF, tendo incluído uma busca a um presídio nesta zona do País, onde estará detido um dos membros do grupo. Mesmo do interior da cadeia o recluso terá mantido intervenção na rede.

O GNR, surpreendido com a voz de prisão, não ofereceu resistência, é suspeito de pertencer à mesma rede que actua em bares e discotecas de Setúbal, Almada, Seixal e até Lisboa, da qual fazem ainda parte vários cidadãos brasileiros que utilizavam os conhecimentos de artes marciais para coagirem as vítimas, sendo que o grupo, adjectivado de "muito perigoso" pelo Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), estava ainda envolvido em práticas relacionadas com a segurança privada.

É nesta actividade que entronca um caso de homicídio, pela morte de um homem, em Dezembro de 2009, após ter sido violentamente espancado por um segurança umas semanas antes.

A operação "Nemesis", no combate à máfia da noite da Margem Sul do Tejo, começou às 19.00 de quinta-feira e durou até de madrugada, tendo sido liderada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Especialmente Violento do DIAP de Lisboa. De acordo com a investigação, o objectivo foi a detenção de suspeitos e a recolha de prova. A juntar aos 15 detidos, entre os 19 e 42 anos, as polícias apreenderam 11 armas de fogo, 900 munições, dois coletes balísticos, cocaína, heroína, dez viaturas, computadores, ouro, entre outros.

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