Carlos J. Pessoa e Maria João Vicente, do Teatro da Garagem, compõem a nova direcção artística do Teatro Taborda, em Lisboa, a tomar posse em Janeiro. O grupo, até aqui instalado num armazém arrendado no Poço do Bispo, há já vários anos que mantinha negociações com a Câmara no sentido de encontrar um novo espaço para as suas actividades, o que pôde ser concretizado agora, com a saída dos Artistas Unidos do Taborda em Junho passado.."Estamos na expectativa de assinar o protocolo com a câmara", revela ao DN Carlos Pessoa, acrescentando "Vamos continuar ali o trabalho plural que já fazíamos. Fazemos o nosso teatro, baseado na dramaturgia portuguesa contemporânea; temos um trabalho de acção social, e queremos manter a ligação ao grupo de teatro do Poço do Bispo (essa foi uma das condições que coloquei); e paralelamente apoiamos outros grupos". .Maria Manuel Pinto Barbosa, vereadora da Cultura de Lisboa, explica ao DN que, apesar de ser do seu agrado, esta solução é apenas "provisória" a Garagem ficará no Taborda até que um novo espaço, o Armazém da Mitra, esteja apto a receber a companhia. O que irá demorar no mínimo um ano. A remodelação das infra-estruturas estará a cargo da Câmara mas toda a adaptação do armazém a espaço teatral caberá à Garagem. .O grupo ficará, assim, muito próximo do espaço do Teatro Meridional, cuja instalação na vizinha Galeria da Mitra também será brevemente oficializada. "A ideia é criar um centro artístico numa zona menos favorecida da cidade e, ao mesmo tempo, ajudar duas companhias com projectos tão valiosos", diz a vereadora. Os espaços irão funcionar como os outros teatros municipais, com protocolos de cedência de quatro ou cinco anos (renováveis). "Deve haver uma estratégia concertada dos vários teatros municipais", explica a vereadora. "Cada um terá a sua identidade mas terá também uma componente de serviço público.".O Teatro Taborda inicia a sua temporada a 5 de Outubro com o espectáculo Zoo Story, da companhia Mala Voadora, e até Dezembro a sua programação será da responsabilidade da EGEAC, a empresa municipal que gere os espaços culturais da cidade.