Galp diz que regresso ao mercado regulado de gás natural "não é medida eficiente"

Presidente executivo da Galp diz que medida vai beneficiar pequenos negócios, "incluindo os que não precisam"
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O presidente executivo da Galp criticou esta segunda-feira a medida do Governo de possibilitar o regresso ao mercado regulado de gás, que abrange famílias e pequenos negócios, defendendo que "não é uma medida eficiente para beneficiar quem precisa".

Na intervenção durante uma conferência promovida pela CNN, sobre a transição energética, Andy Brown defendeu que a medida adotada pelo Governo, que permite que consumidores domésticos de gás natural e também pequenos negócios regressem ao mercado regulado "não é uma medida eficiente para beneficiar quem precisa", uma vez que, segundo o responsável, vai beneficiar pequenos negócios, "incluindo os que não precisam", que podem, assim, aceder a tarifas mais baixas.

O responsável disse que a empresa está a discutir com o Governo a medida que faz com que tenha de direcionar mais gás natural para venda no mercado regulado, ou seja, mais barato, apontando que "inverte anos de progresso no sentido da liberalização e do mercado livre".

O britânico, que começou a sua intervenção com umas palavras de reconhecimento pela rainha Isabel II, no dia do seu funeral, lembrou ainda que o mercado regulado de gás tem extinção determinada por lei até 2025.

Antes de Andy Brown, o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, marcou também presença na conferência, onde abordou, entre outros temas, as dificuldades que estão a ser reportadas na passagem para o mercado regulado de eletricidade (no gás natural a mudança só é possível a partir de 01 de outubro).

O governante pediu desculpa aos portugueses que procuram tarifas mais baixas do que as praticadas no mercado livre e que têm sentido dificuldades na transição para o mercado regulado, como grandes filas para atendimento nas lojas físicas dos comercializadores.

Duarte Cordeiro disse que "são muitas as famílias que estão a mudar", apesar de não ter ainda um número exato de clientes que já transitaram de regime.

"Lamentamos este pequeno transtorno e estamos a procurar evitar que deste transtorno surjam abusos ou aproveitamentos", sublinhou o ministro do Ambiente.

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