Finais ATP. Haverá melhor forma de acabar o ano do que com o 39º Fedal?

Torneio final de ano, que reúne os oito melhores do mundo, arranca este domingo em Londres. Os trintões Rafael Nadal e Roger Federer são os favoritos, após uma temporada em que voltaram ao topo. Mas há jovens "lobos" à espreita
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Num ano em que voltaram a dominar o circuito como nos bons velhos tempos - e a reacender uma das mais apaixonantes rivalidades da história do ténis -, Rafael Nadal e Roger Federer são inevitavelmente os cabeças-de-cartaz das Finais ATP que hoje arrancam na O2 Arena, em Londres (Inglaterra). O espanhol, líder mundial, e o suíço, número 2, afiguram-se como óbvios favoritos a marcar presença na final, no próximo domingo, para mais um Fedal, como são conhecidos os duelos entre ambos. E que melhor forma haveria para acabar este ano do que o 39.º capítulo desta história entre duas das maiores lendas da modalidade?

Pois, é a final que todos (ou quase) desejam. A sombra que paira sobre essa possibilidade prende-se sobretudo com o estado físico de Rafael Nadal, que na semana passada teve de retirar-se do Masters 1000 de Paris, com dores no joelho direito. Para já, o espanhol garante que se sente em condições, apesar de ainda ter algumas dores. "Estou aqui para jogar e para tentar ganhar, mas não posso prever o que vai acontecer nos próximos dias", disse Nadal, já em Londres.

Este, recorde-se, foi o ano em que Rafael Nadal e Roger Federer voltaram a repartir entre ambos os quatro Grand Slam da temporada, o que já não acontecia desde 2010 - Austrália e Wimbledon para o suíço, Roland-Garros e US Open para o espanhol. Foi também o ano em que Rafael Nadal ganhou mais torneios (seis) desde 2013, enquanto Federer, que conquistou ainda mais um (sete), já não festejava tantos títulos assim desde... 2007, há dez anos.

Uma verdadeira época vintage para os dois veteranos, que lhes permitiu regressar ao topo da modalidade com extraordinárias escaladas no ranking - Nadal começou 2017 como o nono da tabela mundial, enquanto Federer nem sequer estava no top 15 (era 16.º). É certo que ambos beneficiaram também do ano horrível de Andy Murray e Novak Djokovic, mas fizeram-no de uma forma notável, impondo uma superioridade acentuada sobre os jovens lobos da nova geração que tentam assaltar o poder no ATP.

Pelo caminho, nesta época, Nadal e Federer encontraram-se por quatro vezes, com o suíço a levar a melhor em todas elas - além de terem formado uma inédita dupla na nova Laver Cup. Uma superioridade que permitiu a Federer reduzir a desvantagem histórica nos duelos com Nadal (agora em 23-15) e que legitima a ideia de que o tenista de Basileia só não recuperou também a liderança mundial devido à gestão cuidadosa do calendário que entendeu fazer, aos 36 anos e após algumas lesões que o limitaram em anos anteriores. O suíço tirou férias em todo o período de terra batida e falhou ainda, pouco antes destas Finais ATP, o Masters 1000 de Paris, abdicando de lutar pela hipótese de fechar o ano como número 1.

Por isso, é natural que a generalidade dos adeptos olhem para este torneio sobretudo como uma oportunidade para ver mais um duelo entre os dois tenistas com mais títulos do Grand Slam (19-16, vantagem de Federer). O espanhol, se o joelho não o trair, vai tentar acabar com o jejum nas Finais ATP - nunca ganhou, ao contrário de Federer, que é o recordista de títulos (seis) e o único dos competidores deste ano que já venceu o troféu.

Mas há outros seis convidados para este espetáculo de fim de época, em Londres, que tudo farão para ser os desmancha-prazeres de quem aguarda novo Fedal. Jovens sedentos pela sucessão geracional, como o alemão Alexander Zverev, atual terceiro do ranking e que se estreia este ano nas Finais ATP - tal como acontece com o búlgaro Grigor Dimitrov e com o norte-americano Jack Sock. Além destes, estão presentes também o austríaco Dominic Thiem, o belga David Goffin e o croata Marin Cilic.

A competição está dividida em dois grupos (com o nome de dois antigos campeões, Boris Becker e Pete Sampras) e arranca hoje com o encontro entre Roger Federer e Jack Sock, a partir das 14.00. À noite, sobem ao court Zverev e Cilic. O outro grupo começa amanhã, com Thiem-Dimitrov e Nadal--Goffin. Os dois primeiros de cada grupo passam às meias-finais.

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