Sustentabilidade e como se aplica nas suas peças? Estilo de vida. Não passa só pelas peças, mas pela forma como vivemos. Ser sustentável é tentar perceber como comprar menos, como, de facto, conseguir viver com menos e conhecer mais. Porque, às vezes, conhecendo mais, conseguimos ter menos na nossa vida..Estado da arte, em Portugal. Evoluiu bastante, pelo menos desde que cheguei. Mas também está a passar por uma certa estandardização que não envolve só Portugal, envolve o mercado da arte em geral, acho eu. Portanto, diria positivo, mas com muito para melhorar, talvez..Ser pai é? Muita coisa. É ser responsável, é ser uma criança, é saber estar no presente, no momento presente. Saber amar, saber ouvir, saber não ser egocêntrico, saber impor limites. É muita coisa ser pai..Medo. E do que sente Medo? Adoro o medo. Quando ele vem, abraço-o com toda a força. Portanto, gostaria de dizer nenhum, mas é uma grande ferramenta. Quando sinto medo atiro-me de cabeça. Sendo um amante de desporto, acabo por sentir medo do risco de vida. Com o mar grande, por exemplo, a surfar, ou numa pista a andar de mota. Ou até na própria arte, arriscando a falar de alguns temas que, se calhar, podem ser controversos, mas adoro o medo, portanto, acabo por querer constantemente encará-lo..Papel da tecnologia nas suas obras. Entra um pouco como o lado oposto da natureza. Comecei a utilizar partes eletrónicas, particularmente os ecrãs, por uma questão de representação da sociedade atual, onde as pessoas olham principalmente para os ecrãs dos telemóveis mais do que para as próprias obras. Numa exposição, a maioria das vezes as pessoas estão com o telemóvel a olhar para as obras, ou seja, a visualização da obra analógica é feita através de um aparelho digital. Daí surgiu um pouco esta necessidade de repensar também a tecnologia dentro da obra. E, ao mesmo tempo, é um elemento que é desafiante..Redes sociais. É uma rede, portanto, tem os seus prós e contras. Podemos pegar em lixo, como uma rede no mar, podemos pegar em peixes, podemos ficar presos na própria rede. É a forma como cada um usa a rede..Missão da sua vida. Mudou bastante ao longo dos anos e acredito que continuará a mudar. O ponto de partida é tentar questionar as coisas que vejo à minha volta. Nesse questionamento, analisá-las de uma forma um pouco brincalhona, mantendo aquele espírito de criança que mantemos vivos, de uma forma ou outra. O objetivo absoluto é questionar, como disse, mas é também questionar para um mundo melhor..Uma paixão? Não tenho uma, tenho muitas. Mas posso dizer viajar..Inspiração. Também tenho muitas, mas neste momento estou num processo bastante, diria, espiritual. Portanto, tenho muita inspiração do mundo, de vários mundos alquímicos que me estão a dar ferramentas para brincar com as minhas emoções no momento criativo..Podcast preferido? O Uberman Lab, que é de Andrew Uberman, é um físico americano que dá explicações científicas e bioquímicas sobre o corpo humano. E gosto bastante, porque sempre interpretei o corpo humano com uma visão espiritual, mas também extremamente mecânica. Temos de entender a parte espiritual, mas também gosto de entender a parte bioquímica que nos rege: como funcionam uma série de padrões, uma articulação, como conseguimos gerar hormonas perante várias situações, o medo, a felicidade, o que acontece a nível bioquímico no nosso corpo. Tenho um outro podcast que se chama Practical Stoicism, que se rege um pouco pelo estoicismo, pela filosofia estoica. Fala de alguns princípios estoicos e como podem ser aplicados na sociedade atual e que tipologia de ferramentas podemos usar baseadas no estoicismo..Ouça aqui o podcast: