Figurantes exigem a Tom Cruise indemnização milionária

Cinema. Filme co-produzido pelo actor continua a gerar polémica

O filme Valkyrie, protagonizado e co-produzido por Tom Cruise, continua a causar problemas à United Artists. Onze figurantes alemães exigem agora uma indemnização de onze milhões de dólares (cerca de 7,4 milhões de euros) aos produtores, por ferimentos sofridos há um ano, durante a rodagem do filme. Os queixosos caíram de um veículo, quando se abriu subitamente um dos seus painéis de segurança.

Na altura, os figurantes culparam os produtores da película pelo sucedido, alegando que estes estavam cientes do defeito na viatura, cuja parte traseira se abriu quando fazia uma curva apertada no centro da capital alemã. Contudo, o Departamento Federal de Segurança Laboral alemão concluiu há já vários meses que foram os próprios a causar o acidente. Quem não concorda com esta avaliação é o escritório de advogados contratado pelas vítimas, que exigiu uma pesada indemnização.

Um porta-voz da empresa, citado pelo diário alemão Bild, alegou que caso a produtora United Artists não consiga chegar a um acordo extrajudicial com os lesados, estes irão apresentar queixa contra os responsáveis pelo projecto, entre os quais se encontra o próprio Tom Cruise.

Valkyrie transporta para os grandes ecrãs os eventos da "Operação Valquíria", um plano que culminou com o atentado contra a vida de Adolf Hitler, a 20 de Julho de 1944, levado a cabo por Claus von Stauffen-berg, um oficial do exército alemão de origem nobre, interpretado por Tom Cruise.

Convém referir que o facto de uma das faces mais visíveis da Cientologia, considerada um "culto perigoso" pelo governo alemão, interpretar um dos grandes símbolos da resistência alemã, não tem sido consensual.

O próprio Ministério da Defesa alemão opôs-se ao projecto e não autorizou os actores a filmar nalguns locais onde Stauffenberg planeou a tentativa de assassínio. As autoridades alemãs chegaram mesmo a proibir a rodagem de algumas cenas no histórico Bendler Block, em Berlim, onde os conspiradores foram executados. Os responsáveis temiam que estas pusessem em causa "a dignidade do local", que hoje serve de monumento à resistência antinazi. Mas o Governo alemão acabou por reconsiderar e conceder esta autorização.|