Figo deve anunciar novo clube "nos próximos dias"

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De pedra angular do projecto galáctico de Florentino Pérez a dispensável, a relação de cinco anos de Luís Figo com o Real Madrid conheceu momentos antagónicos até ao final iminente com mais um ano de contrato, o médio português dificilmente continuará na formação da capital espanhola e deverá anunciar a nova equipa "nos próximos dias". Segundo revelou ao DN Miguel Macedo, da Starzone, empresa que representa os interesses do internacional português desde que este rompeu com José Veiga, o jogador só não equaciona mudar-se para Portugal ou ceder aos petrodólares asiáticos. E só ficará em Madrid "se não houver solução melhor".

Miguel Macedo referiu que "haverá novidades nos próximos dias" sobre o futuro de Figo, depois do assédio dos "principais clubes europeus e não só". "É mais ou menos público que os principais clubes europeus mostraram interesse e até do Japão e do Qatar chegaram propostas", explicou o membro da empresa do advogado Luís Vicente, amigo pessoal de Figo que neste momento se encontra no Brasil. No entanto, os acenos do Oriente não seduzem o número sete da selecção portuguesa porque "não são ligas competitivas". E Portugal, confirmou o empresário, "é a outra carta fora do baralho".

Simplesmente pela mesma razão que as sondagens ao jogador com mais internacionalizações pela selecção portuguesa têm batido na trave. Figo aufere um salário líquido de seis milhões de euros anuais, um valor que dobra as possibilidades da generalidade dos pretendentes, dispostos a pagar pouco mais de metade. Ao que o DN apurou, às mãos de Figo chegaram do seu destino predilecto, Inglaterra, propostas do Bolton, Liverpool, Newcastle (esta confirmada pelo treinador Graeme Souness) e até do Manchester United, um amor recíproco e antigo. Mas também o Inter de Milão e o Valência perguntaram pelo jogador, depois do mercado do futebol ter percebido que o lugar do português no Real Madrid, outrora intocável, estaria em risco. "Os salários do Luís perante a situação da indústria do futebol criam uma situação que não é fácil de resolver", admite Miguel Macedo.

No entanto, o adiar da decisão de Figo não tem sido só motivado pelo entrave que constitui o elevados salário do jogador. A degradação da relação entre Luís Figo e o outrora amigo Florentino Pérez, motivada sobretudo por dois anos sem títulos do Real Madrid, tem prejudicado a clarificação da situação do médio. O presidente dos "merengues" teria acordado com o português, dispensável para o treinador Vanderlei Luxemburgo (ver caixa), que o libertaria do contrato por uma verba simbólica, mas uma espécie de braço-de-ferro entre jogador e dirigente têm bloqueado o processo. Pérez, numa fase inicial, teria dito a Figo que o português poderia sair por dez milhões de euros e que, caso o destino fosse o Oriente, até poderia sair sem contrapartidas financeiras, mas o distanciamento entre o mentor do projecto galáctico e o seu primeiro símbolo acabou por redundar num conflito surdo com o dinheiro como pano de fundo. Mas Pérez sabe que a saída de Figo poupará cerca de dez milhões de euros ao clube. E Figo que só livre e baixando o salário encontrará um novo destino.

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