Federação defende solução entre Governo e Apifarma

A Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA) considera fundamental uma solução negociada entre o Governo e a Apifarma para cumprimento das medidas da troika, sublinhando que a austeridade não pode pôr em causa o acesso dos doentes a medicamentos.
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A diretora-geral Adjunta da EFPIA, Marie-Claire Pickaert, que se reuniu hoje com o presidente da Associação da Indústria Farmacêutica (Apifarma), alertou para a importância de as medidas de austeridade não porem em risco o crescimento económico e o acesso dos doentes aos medicamentos.

De acordo com informação da Apifarma, a responsável lembrou que a missão da indústria farmacêutica é garantir que os doentes têm acesso aos medicamentos, destacando que há vários países, entre os quais Portugal, onde o acesso a novos medicamentos já não está disponível.

Por tudo isto, a responsável diz apoiar uma via negociada entre as companhias farmacêuticas e os governos, para cumprimento dos objetivos da troika.

Marie-Claire Pickaert ressalvou que as medidas da troika têm implicações diferentes conforme os países onde são aplicadas e, por isso, têm de ter em conta essas diferenças.

A Irlanda e a Grécia são dois casos em que já houve consciência da necessidade de dilatar o prazo de algumas metas, para não comprometer o crescimento económico, referiu.

A indústria e o Governo têm estado a tentar negociar uma descida na despesa com os medicamentos hospitalares, mas até ao momento não conseguiram chegar a acordo.

A indústria tem manifestado disponibilidade para aceitar uma descida de 250 milhões de euros na despesa com fármacos hospitalares, em 2012, mas o Ministério da Saúde propõe um valor superior, que os laboratórios consideram incomportável para a sobrevivência das empresas.

Numa reunião que decorreu segunda-feira, os associados da Apifarma manifestaram o seu apoio, por unanimidade, a uma proposta da direção, que passa por defender o acesso dos doentes portugueses aos medicamentos, em condições de igualdade com os doentes europeus, e a melhoria das condições para a entrada de novos medicamentos em Portugal.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, já anunciou publicamente que se a indústria não descer por sua iniciativa a despesa em mais de 250 milhões de euros, isso irá acontecer de forma administrativa.

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