O FC Porto completou ontem o quarto empate nos últimos cinco jogos, não conseguindo marcar qualquer golo ao Feirense no Dragão. Fica assim a três pontos do Benfica e a cinco do Sporting, não conseguindo aproveitar o empate do dérbi de anteontem. O Feirense conseguiu pela primeira vez pontuar no campo portista, depois de já lá ter empatado para a Taça da Liga nesta temporada..O Feirense apareceu no Dragão com um onze inusitado, em que, além dos quatro defesas, não havia mais nenhum jogador de características defensivas. Ainda que todos tivessem defendido muito, porque o FC Porto atacou muito. Mas verdadeiramente foi ter muitos avançados sempre para defender porque a equipa foi dominada e nunca conseguiu ter algum período, a não ser o inicial, com alguma posse de bola. Já Nuno Espírito Santo também surpreendeu ao deixar Otávio no banco - ou seja, com Corona lesionado e Brahimi castigado, a equipa não tinha nenhum criativo. Esperava-se que Óliver, que é a coisa mais parecida com isso que a equipa tinha em campo, jogasse perto da área contrária, mas não, jogou quase sempre bem longe dos pontas-de-lança André Silva e Soares, que tinham Diogo Jota na direita. Era 4-3-3? Era 4-4-2? Era 4-2-3-1? Francamente, não sei dizer. Ao longo do tempo o esquema de Nuno tem sido mais difícil de classificar. Não é muito importante? Se os jogadores percebessem bem e o interpretassem com facilidade, não. Mas, infelizmente para a equipa, creio que há muitas dificuldades nessa parte..Depois de 15 minutos maus, o FC Porto começou a fazer a despesa do jogo e teve duas ou três oportunidades de golo ainda antes do intervalo. Mas não é fácil enfrentar uma equipa que não tem pressão e que até joga razoavelmente, quando se tem muita carga emocional nas costas e poucas soluções em campo. Danilo num canto e num remate de fora da área não acertou no alvo; Óliver rematou fraco na área; Soares, após um contra-ataque, ainda passou o guarda-redes mas atirou às malhas laterais..A segunda parte foi feita no meio-campo do Feirense com o FC Porto a dar um espetáculo de querer e raça e de falta de qualidade a atacar. Fez infinitos cruzamentos e remates, mas nenhuma jogada clara. Saiu ao intervalo Óliver e a equipa ficou sem ligação meio-campo com ataque e por isso a solução eram cruzamentos para a área. Foram muitos, raramente com perigo porque raramente feitos da linha de fundo. Depois saíram André André e André Silva- muitos assobios dos 40 mil portistas - e entraram Herrera e Rui Pedro. Melhorou um bocadinho porque o mexicano faz essa ligação melhor. Mas não havia cabeça e às vezes até houve gente a mais na área. E houve o guarda-redes Vaná em grande a fazer duas defesas excecionais a conseguir manter o 0-0 ao longo dos 90 minutos..De resto, com um árbitro como Rui Costa não temos arbitragem, temos concertos de apito e depois não sabemos qual é o critério porque é impossível haver um - pela sexta vez nesta época, um jogo com este árbitro acaba com mais de 40 faltas (42, sendo 24 do Feirense). 22 faltas na primeira parte e sem cartões amarelos. Mas, por exemplo, Cris agarrou André Silva no início do contra-ataque mesmo aos 45" que Soares atirou ao lado e devia ter visto. Como antes Edson Farias tinha feito falta sobre Casillas para não o deixar pôr a bola em jogo rapidamente e também saiu ileso. Não pode ser. Anulou um golo a André Silva por posição irregular, mas milimétrica. E um penálti muito evidente de Edson sobre Otávio no início da segunda parte. E Rui Costa estava ali.