Ao longo do ano passado, a rede nacional da Century 21 registou uma subida do número de transações de vendas de imóveis e do valor médio de cada venda. De acordo com o mesmo comunicado, as vendas aumentaram de 10.988 em 2017 para as 12.539 em 2018 e o valor médio passou de 129 mil euros para 140,5 mil euros. .A explicar esta subida do valor médio das transações está, por um lado, o aumento do preço dos imóveis e, por outro, o tipo de habitações em oferta no mercado, adiantou a imobiliária..Esta evolução refletiu-se no volume de negócios mediado pela Century 21 Portugal, que se situou nos 896,6 milhões de euros, traduzindo um acréscimo de 26% face aos 712 milhões de euros de 2017..O segmento nacional respondeu por 82% das transações em 2018, enquanto as compras realizadas por estrangeiros pesaram 18% - um valor idêntico ao observado no ano anterior, mas que a imobiliária antecipa que possa aumentar em 2019, devido ao impacto que o abrandamento da economia poderá ter no poder de compra dos portugueses..Os portugueses centraram as suas compras nas zonas periféricas das principais cidades do país, enquanto o mercado internacional apostou essencialmente nas regiões de praia, nos centros históricos de Lisboa e do Porto e na linha de Cascais..Relativamente ao arrendamento, observou-se uma quebra de 82% no número destas operações, em linha com a tendência de descida que já tinha sido notada em anos anteriores e que se deve, na perspetiva desta rede imobiliária, à falta de imóveis para arrendar ajustada ao poder de compra dos portugueses..Nas casas arrendadas pela rede, o valor médio da renda fixou-se nos 812 euros, o que traduz uma subida de 35,7% face à média de 598 euros em 2017..Um estudo realizado pela Century 21 no ano passado revelou também um significativo desajustamento entre a oferta e a procura de imóveis, com os preços pedidos por quem quer vender a superarem em 24,9% o valor que os consumidores estão dispostos ou que podem pagar. ."Mais de 20% dos que procuram casa estão a desistir de comprar, ou arrendar, por não encontrarem uma habitação ajustada às suas expectativas e ao seu rendimento disponível", referiu Ricardo Sousa, presidente executivo (CEO) da Century 21 Portugal, citado no comunicado, acrescentando que se devem criar soluções "em linha com as expectativas e a capacidade financeira das famílias portuguesas"..Para Ricardo Sousa, "2018 foi um ano marcado por alguns excessos, sobretudo de otimismo, por parte de todos os operadores do setor", pelo que este "é o momento em que todos os operadores devem assumir um compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor imobiliário e incutir orientações comuns ao mercado, para evitar os excessos do passado"..O mesmo responsável acredita que em 2019 o crescimento do mercado irá registar algum abrandamento, mas entende que também traz novas oportunidades, nomeadamente a criação de soluções habitacionais, como residências para estudantes e habitações mais direcionadas para a população sénior.