Famílias poderão saber onde vivem os pedófilos

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O Ministério do Interior britânico está a testar um programa piloto segundo o qual os pais podem pedir à polícia informações sobre as pessoas que contactam com os seus filhos.

O objectivo é fazer o despiste de indivíduos com condenações de pedofilia no cadastro e evitar casos como o de Sarah Payne, uma menina de apenas oito anos de idade, que foi morta, em 2000, por um pedófilo reincidente chamado Roy Whiting.

O teste do programa piloto em quatro regiões de Inglaterra e Gales, surge oito meses depois de o ex-ministro do Interior, John Reid, ter prometido uma resposta que fosse ao encontro das exigências colocadas pela campanha por uma lei Sarah, lembrou o diário britânico Guardian.

Era inspirada na lei Megan, adoptada nos EUA em 1994, depois de Megan Kanka, de sete anos, ter sido morta por Jesse Timmendequas. E pretendia, por isso, o acesso público aos nomes e às moradas de pessoas condenadas por crime de pedofilia. O programa piloto vai, assim, ser testado em Cambridgeshire, Hampshire, Cleveland e Warwickshire.

"Não se trata de um acesso à informação para toda a comunidade. Não é algo que vai marginalizar os condenados por abusos de crianças. Apenas significa que há mais informação disponível para podermos proteger as nossas crianças", disse a ministra do Interior, Jacqui Smith, em entrevista à BBC1.

A medida vai, por exemplo, permitir às mães solteiras saberem se os seus colegas de trabalho ou namorados têm ou não um passado que inclui crimes de pedofilia. O programa piloto, caso seja bem sucedido, poderá ser aplicado a nível nacional.

A ministra lembrou que nove em dez crianças são abusadas por pessoas suas conhecidas. E garantiu que a medida pretende reduzir nos próximos cinco anos os 19 mil casos de abusos sérios contra crianças que são cometidos todos os anos.

"É um passo na direcção certa", disse, por seu lado, Sara Payne, a mãe da menina britânica assassinada. Sara desapareceu a 1 de Julho de 2000 de uma plantação de milho perto da casa dos seus avós em Kingston Gorse (KG), no West Sussex, onde tinha estado a brincar com os irmãos.

Foi desencadeada uma caça ao homem a nível nacional. No dia 17 desse mês um agricultor encontrou o corpo da menina num campo de Pulborough (a 24 km de KG). O mecânico Roy Whiting foi condenado pela morte da menina de oito anos, graças a uma investigação forense, arriscando-se a 50 anos de cadeia.|

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