A família de Virgínia Melo, a mulher que, na madrugada de sábado, foi agredida na sala de espera das urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e morreu cerca de três horas depois, vai "processar os responsáveis" pelo sucedido, disse, ao DN, o filho da vítima, o mágico Telmo Melo, de 18 anos.."Não sabemos de quem é a responsabilidade, mas tem de ser de alguém", afirma Telmo, sem compreender como foi possível um homem entrar na sala de espera do hospital, discutir (por causa do aparelho de televisão que ele quereria que fosse desligado) e agredir a sua mãe, que acabou por morrer.."O caso vai ser entregue a um advogado", diz o filho mais novo de Virgínia - a irmã, residente na Suiça, "assim que soube da morte da mãe veio logo para cá". Sublinha, no entanto, esta não ser, agora, a sua preocupação. Mas isso, garante, não significa que a família não esteja empenhada em levar o assunto "até às últimas consequências". "Aquilo é uma sala de espera de um hospital, não é uma pensão, nem um dormitório, onde alguém vai dormir", como, alegadamente, pretenderia o presumível agressor..Virgínia Melo, de 45 anos, empregada de limpeza, chegou aos HUC pelas 02.30 de sábado para fazer companhia a uma vizinha, que ali se deslocara pouco depois da meia noite, com a filha, de 17 anos, "com dores no peito" e que, entretanto, dera entrada na urgência. Pelas 05.00 um homem entrou na sala, terá discutido com as duas mulheres por causa do aparelho de TV e, já na presença de um elemento da empresa responsável pela segurança nos HUC - a PSP também intervém ali, mas apenas de segunda a sexta, entre as 09.00 e as 17.00 -, pontapeou Virgínia na barriga..Chamada ao local, a PSP identificou as duas mulheres e o alegado agressor, conhecido, segundo fonte policial, "como toxicodependente", mas não o deteve. Virgínia, supostamente vitimada por uma paragem cardiovascular, foi assistida depois nas urgências do próprio hospital, onde acabaria por morrer cerca de três horas mais tarde. Falta apurar, contudo, se a agressão e a morte estão relacionados porque a autópsia ontem efectuada no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), em Coimbra, não é conclusiva, carecendo de exames complementares..O caso está entregue à Polícia Judiciária, que continua a investigar o caso, sobretudo no sentido de apurar "todas as circunstâncias" que rodearam a morte de Virgínia Melo. Fonte da PJ adiantou à Lusa ser fundamental "compreender as circunstâncias factuais em que a morte ocorreu", para, designadamente, fazer a detenção do autor da agressão..O presidente da administração dos HUC, Fernando Regateiro, escusou-se, ontem, a comentar o caso, optando por aguardar pelos "resultados da investigação policial". Anteontem disse, ao DN, que ontem seria analisado o sistema de segurança do estabelecimento, mas, ao final do dia, nenhum responsável dos HUC estava disponível para dar informações. O funeral de Virgínia Melo realiza-se hoje, saindo para o cemitério da Conchada da igreja de Nossa Senhora de Lurdes às 09.30.|