Fábrica de negro de fumo deixa de produzir até final do ano

A Carbogal, fábrica de negro de fumo instalada em Sines, "vai interromper" a produção "até ao final" deste ano, situação que afeta "imediatamente" 36 dos 40 trabalhadores, informou hoje a empresa.
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"Uma vez a produção interrompida, a fábrica continuará a expedir negro de fumo até que se esgotem os produtos armazenados, de forma a satisfazer os compromissos que existem com os clientes. Depois disto, a unidade será desativada", indicou a Orion Engineered Carboons, detentora da Carbogal, em comunicado enviado hoje à agência Lusa.

Daniel Silvério, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (Site Sul), disse na quinta-feira à Lusa que, dos 40 trabalhadores da empresa, 36 foram notificados do procedimento de despedimento coletivo, embora não tenha sido confirmada uma data para a cessação de funções.

Alguns funcionários poderão deixar de trabalhar já no final deste mês, enquanto outros preveem que tal aconteça até abril do próximo ano, referiu.

No comunicado, a Orion Engineered Carboons, multinacional com sede na Alemanha, lamenta o "impacto" que o encerramento da fábrica terá nos empregados e nas suas famílias, que, "além de indemnizações compensatórias", irão receber assistência para a "sua recolocação, incluindo procura de emprego e aconselhamento".

A decisão de desativar a unidade portuguesa surgiu "após uma revisão intensiva" das operações do grupo Orion na Europa e é posta em prática "enquanto se concretizam investimentos nas outras fábricas de negro de fumo", material usado na produção de pneus.

"Para que a companhia se mantenha competitiva" tem de concentrar recursos "em unidades mais eficientes e que podem competir no cenário desafiador que hoje enfrentamos", é explicado no documento.

O dirigente do sindicado, que representa os trabalhadores, adiantou que serão pedidas reuniões aos ministérios da Economia e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social para apelar à intervenção do Governo.

A Carbogal começou a funcionar em 1983, tendo, em 1997, sido comprada à Petrogal, hoje Galp Energia, pela Degussa, que daria mais tarde origem à Orion Engineered Carbons.

O grupo Orion tem 14 unidades de produção e cerca de 1.400 funcionários em todo o mundo.

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