"Modernismo Brasileiro, Obras da Coleção Edson Queiroz" é o título desta exposição, com inauguração prevista para as 19:00, que reúne obras de pintura e escultura criadas entre as décadas de 1920 e 1960, produzidas por artistas brasileiros e por estrangeiros residentes no país..Numa visita guiada para jornalistas, realizada na terça-feira, a curadora da mostra, Regina Teixeira de Barros, declarou que a exposição apresenta uma seleção de uma das mais importantes coleções de arte do Brasil, que é apresentada pela primeira vez na Europa..Embora tenha recebido muitas influências externas, sobretudo europeias, alguns dos modernistas também foram à procura da sua própria identidade, como foi o caso de Candido Portinari, que explorou questões políticas e sociais ligadas à miscigenação, ou à vida difícil dos trabalhadores..Outros artistas interessados na busca de um imaginário próprio para o país foram Tarsila do Amaral, Cícero Dias e Di Cavalcanti..Entre as pinturas e esculturas presentes na exposição, encontram-se obras que vão da primeira fase moderna no Brasil, ainda com formação europeia -- como Lasar Segall, Flávio de Carvalho, Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret --, até ao aparecimento do manifesto neoconcreto carioca, na segunda metade do século XX..Regina Teixeira de Barros salientou ainda o período do final dos anos 1940 e anos 1950, em que se verificou um grande impulso nas artes, com a criação de importantes museus de Arte Moderna no Rio de Janeiro e em São Paulo, e também o surgimento da Bienal Internacional de São Paulo..Na exposição, é também possível encontrar uma "ligação afetiva" a Portugal, com a presença de uma única obra de arte portuguesa: "Intérieur" (1951), óleo sobre tela de Maria Helena Vieira da Silva, que viveu no Rio de Janeiro com o marido, Arpad Szénes..A seleção também aponta para as novas vertentes abstratas e formais do pós-guerra, cujos representantes são Alfredo Volpi, José Pancetti e Maria Leontina..O percurso da mostra encerra com a produção das décadas de 1950 e 1960, com uma diversidade de expressões artísticas, com obras de Ivan Serpa, Tomie Ohtake e Iberê Camargo, como nas propostas radicais de artistas que tinham participado no movimento neoconcreto carioca..A Coleção Edson Queiroz, na posse da fundação homónima, sediada em Fortaleza, no Brasil, possui um acervo que percorre cerca de 400 anos de produção artística..A exposição ficará patente em Lisboa até ao dia 11 de fevereiro de 2018.