O comboio onde Saakashvili viajava foi bloqueado na estação de Przemysl, uma cidade do sudeste da Polónia próxima da fonteira ucraniana, e as autoridades ucranianas impediram-no de entrar no seu território. .O antigo chefe de Estado, que viajava na companhia da sua mulher, do filho de 11 anos e de diversos jornalistas, deslocou-se de seguida de autocarro em direção ao posto fronteiriço de Medyka, a poucos quilómetros de Przemysl..No local, os guardas fronteiriços ucranianos recusaram a sua passagem "por razões de segurança" e advertiram que a zona do posto fronteiriço estava "minada", segundo um jornalista da agência noticiosa France-Presse que o acompanhava. .Saakashvili, 49 anos, referiu pretender participar nas eleições na Ucrânia, promover reformas e combater a corrupção..Em julho, foi-lhe retirada a nacionalidade ucraniana, concedida em 2015 pelo governo de Kiev, após uma degradação das suas relações. Em paralelo, é alvo de um pedido de extradição dirigido pela Geórgia à Ucrânia por "abuso de poder". .O ex-líder de Tbilissi recebeu o apoio da antiga primeira-ministra ucraniana, Yulia Tymoshenko, que hoje foi ao seu encontro em Rzeszow, sudeste da Polónia. ."Vimos defender Mikheil, mas também pretendemos defender a Ucrânia", disse Tymoshenko, que comparou a atual situação na Ucrânia à da época do presidente pró-russo Viktor Ianukovitch. .Saakashvili ainda possui o seu passaporte ucraniano e indicou que iria apresenta-lo na fonteira "com outros documentos legais", mas as autoridades ucranianas deram a entender que a sua intenção seria rejeitada. .Em seu favor, recordou que passou 14 anos da sua vida de adulto na Ucrânia e que participou nas duas rebeliões "pró-ocidentais" de Maidan, e no combate à corrupção na qualidade de governador de Odessa a partir de 2015. .Nesse ano, adquiriu a nacionalidade ucraniana, tendo perdido o seu passaporte georgiano, pelo facto de a Geórgia não admitir a dupla nacionalidade .Após subir ao poder na Geórgia na sequência da "revolução das rosas", Saakashvili dirigiu o país do Cáucaso do sul durante uma década. .Criticado pelo seu estilo autoritário, e em particular pela desastrosa guerra com a Rússia em 2008, é ainda procurado pela justiça georgiana por "abuso de poder", uma acusação que denuncia como "politicamente motivada".