EX-PLMJ JÁ TÊM NOVO ESCRITÓRIO

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"Uma saída ponderada e longamente tomada." As razões? A PLMJ há anos que atravessava um caminho de perda de identidade e ausência de estratégia e liderança.

Três meses foi o tempo que Gabriela Rodrigues Martins e Dulce Franco, Maria José Verde, José Jácome e Vítor Pereira das Neves, ex-elementos chave e ex- sócios da PLMJ, demoraram para sair de malas e bagagens do escritório fundado por José Miguel Júdice, onde estiveram mais de 20 anos, e criarem um novo.

Um novo projecto situado na Avenida Alexandre Herculano, num dos andares do prédio onde também está a Amorim Turismo- Américo Amorim é cliente há anos - e a Caixa BI e onde estarão temporariamente.

E qual é o novo projecto? 'Triple A', "como gostam de chamar alguns clientes", ou os três A's, como parece resultar do logotipo AAA, é como começa a ser chamada a nova sociedade de advogados onde o 'corporate', o financeiro, o administrativo, o investimento estrangeiro, imobiliário, ambiente, parcerias público-privadas e o contencioso civil e comercial serão as áreas de aposta. Sendo que, como áreas de excelência, Dulce Franco e Gabriela Martins elegem a área de corporate e de "projectos" e, como indústria, a área da energia.

Uma forma de exercer a advocacia contra o conceito de 'clínica geral', caminho inverso ao escolhido pela maioria das sociedades do nosso mercado.

Os cinco sócios, com mais 22 advogados - apostam agora num rumo diferente.

Que caminho? Diferentes e inovadores: uma identidade marcada, uma estratégia definida, uma ética de trabalho clara e a presença do "elemento pessoal" no exercício da advocacia. "Porque o capital humano é o mais importante nas organizações", nas palavras de Dulce Franco, numa conversa informal que o DN manteve com as duas advogadas.

Gabriela Rodrigues Martins remata: "quando as organizações de pessoas são grandes, é mais difícil identificar objectivos comuns e definir estratégias", numa clara alusão à estrutura da maior sociedade de advogados, a PLMJ, de onde saíram. "O escritório cresceu muito e não foi acompanhado pela capacidade de organizar e manter um grupo coeso e homogéneo com uma identidade definida e, ao longo dos anos fomos sentindo e acusando esse efeito", explicou, sem mágoa.

Que caminho evitar, então? "A convergência no mesmo escritório de clientes e assuntos que podem potenciar conflitos de interesses. Porque esse aspecto vai ser cada vez menos aceite pelos clientes", sublinha Dulce Franco. "Pretendemos ser sobretudo uma equipa de projectos", confessa Gabriela Martins. "Transacções, projectos, operações é o que queremos continuar fazer", diz.

A saída do escritório onde os cinco advogados e sócios construíram carreira foi feita de forma "tranquila" por Dulce Franco, Gabriela Rodrigues Martins, Maria José Verde, José Jácome e Vítor Pereira das Neves - os cinco sócios que dão cara à nova sociedade e que não pretendem roubar clientes a ninguém, mas sim manter os que já têm e assessorar outros em dossiers mais complexos.

Em Outubro de 2007, a PLMJ, maior sociedade de advogados em Portugal e que conta com 200 advogados, viu perder estes cinco sócios depois de, uma semana antes, ter visto o Conselho de Administração demitir--se. "Diferentes perspectivas quanto à organização e estratégia da PLMJ" foi a razão oficial apresentada por Júdice.

Esta saída deu-se depois do escritório ter assistido à queda do Conselho de Administração que estava em funções apenas desde Janeiro de 2007, presidido por Fernando Campos Ferreira.

Em causa poderão ter estado, conforme o DN explicou na altura, divergências estratégicas entre grupos de sócios, mas também divisões na remuneração de estagiários e na autoridade dos órgãos. Tese que foi, entretanto, negada por Júdice.

A suceder a Campos Ferreira, a PLMJ escolheu um dos sócios fundadores, Luís Sáragga Leal. Desde 1991 que o escritório não era gerido apenas por uma pessoa. Voltaram, assim, "os pais fundadores" à gestão activa da PLMJ. |

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