A gala 7 Maravilhas, organizada pela TVI e que hoje se realiza no Campo Pequeno, em Lisboa, levou à "invasão" de parte da zona de estacionamento usada pelos moradores da zona. Só que nem os residentes nem os comerciantes foram alertados. Ou seja, a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) concedeu a reserva de espaço público, nas ruas do Campo Pequeno e de Entrecampos, para as operações de apoio à gala que vai decorrer na praça de touros, esquecendo-se de acautelar lugares para os residentes..Segundo avançou ao DN Rui Nogueira, morador naquela área, os habitantes "não tiveram qualquer informação desta alteração. E não há alternativa", já que as ruas estão sobrelotadas de carros, referiu..Contactada pelo DN, fonte da EMEL explicou que foi emitido "um parecer para um pedido de reserva de espaço público a partir do dia 3 e ficou estabelecido que não pode haver interrupção da circulação rodoviária". O parecer obriga ainda a que "o estacionamento seja feito em zonas autorizadas". O documento foi entregue à PSP, que começou no fim-de-semana a vedar o acesso ao estacionamento. Isso mesmo foi confirmado no local por moradores: "Desde sábado que vedaram isto, o que acaba sempre por atrapalhar." O responsável de um estabelecimento comercial acrescenta ainda que "foi a primeira vez que isto aconteceu", já que a praça é usada para eventos de outras televisões..Segundo um jurista ouvido pelo DN, os residentes que estacionam na envolvente do redondel usando cartão de residente da EMEL podem pedir uma indemnização à autarquia. Só que terão de provar que a "usurpação" dos lugares lhes causou transtornos. "Esta é uma medida excepcional, mas a autarquia devia avisar os moradores e encontrar uma alternativa", afirma o causídico, sublinhando que "não há tradição neste tipo de procedimentos"..Os polícias destacados no local confirmaram que nada deverá acontecer aos veículos de residentes que não saiam do espaço reservado, "desde que bem estacionados". Enquanto o DN esteve no local, só um veículo estava estacionado na zona delimitada pela PSP com fitas plásticas , mas pouco tempo depois este tinha sido retirado e já se encontrava outro automóvel no mesmo espaço, apesar de não ter qualquer identificação oficial. A zona reservada acabaria depois por ser ocupada por um autocarro da organização..Fonte da produção do evento garante que foram feitos todos os pedidos de autorização à PSP, EMEL e câmara. "Tudo para evitar o constrangimento de trânsito", diz, sublinhando que parte dos cortes não prejudicam, já que "é zona de estacionamento proibido".