Evan Rachel Wood foi violada e testemunhou no Congresso dos EUA
Evan Rachel Wood, protagonista da série "Westworld", deu um testemunho poderoso no Congresso dos EUA sobre as violentas agressões sexuais que sofreu às mãos de um ex-namorado. A atriz contou como foi violada enquanto estava inconsciente e revelou ter sido torturada "mental e fisicamente" até o abusador sentir que ela conseguira provara o seu amor por ele.
Wood foi uma das três mulheres que deram o seu testemunho para apoiar a Carta de Direitos das Vítimas de Violência Sexual que pretende criar uma "rede de segurança que pode ajudar a salvar a vida de alguém", nas palavras da atriz.
Segundo a BBC, Evan Rachel Wood disse, perante o Congresso dos EUA, que tinha sido submetida a "abusos tóxicos mentais, físicos e sexuais", que "alteraram o curso da minha vida".
O abuso incluiu "rituais doentes", em que atriz foi amarrada nos pés e mãos, para depois ser "espancada e insultada de formas indescritíveis", acrescentou.
"A minha autoestima e espírito foram quebrados. Eu estava profundamente apavorada e esse medo mora comigo até hoje", revelou. Wood alertou que "muitas vezes falamos destes abusos sexuais como apenas alguns minutos terríveis, mas as cicatrizes duram a vida inteira. Mesmo que essas experiências tenham acontecido há uma década, eu ainda luto com as consequências", confessou.
"Sete anos depois das minhas violações - no plural - fui diagnosticada com TEPT [transtorno de stress pós-traumático], algo com que tinha vivido sem saber. Achava que estava a ficar louca", desabafou a atriz.
A Carta de Direitos das Vítimas de Violência Sexual estabelece direitos legais para sobreviventes de abusos sexuais e foi aprovada a nível federal. No entanto, Wood e outros ativistas querem que seja aplicada em todos os 50 estados dos EUA. Atualmente, ainda só foi aprovada em nove.
A atriz explicou a sua presença e testemunho perante o Congresso porque queria usar a sua posição como "artista, sobrevivente, mãe e advogada para trazer uma voz humana para a população de 25 milhões de sobreviventes nos EUA que atualmente sofrem desigualdades perante a lei e que precisam desesperadamente [de ser protegidos] por direitos civis básicos".
Ao lado de Wood, estavam Amanda Nguyen, diretora da organização de direitos civis RISE, e Rebecca O'Connor, presidente da organização contra a violência sexual RAINN.
Um dos objetivos da Carta é que as vítimas tenham acesso a conselheiros especialistas em agressões sexuais, "kits" de violação eficientes e explicações claras sobre os seus direitos.