EUA exigem à Rússia que "liberte imediatamente" jornalista

Departamento de Estado norte-americano condena "a contínua repressão do Kremlin às vozes independentes na Rússia e a sua guerra contínua contra a verdade".
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Os Estados Unidos determinaram esta segunda-feira que a Rússia deteve injustamente o jornalista Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, e exigem a sua libertação imediata.

A decisão formal do Departamento de Estado sobre Gershkovich, detido em 29 de março, foi rápida e indicou a importância atribuída por Washington ao caso, a primeira vez que Moscovo acusou um jornalista norte-americano de espionagem desde a era soviética.

O secretário de Estado, Antony Blinken, "determinou que Evan Gershkovich foi detido injustamente pela Rússia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel.

"Pedimos à Federação Russa que liberte imediatamente o Sr. Gershkovich", disse Patel, em comunicado.

"Jornalismo não é crime. Condenamos a contínua repressão do Kremlin às vozes independentes na Rússia e a sua guerra contínua contra a verdade", disse Patel.

Já na semana passada, Blinken disse que considerava que a detenção do jornalista, correspondente em Moscovo, era injusta. Mas as autoridades norte-americanas informaram que eram obrigadas a trabalhar num processo legal e mostrar a devida diligência no caso.

Em termos práticos, a posição conhecida esta segunda-feira significa que a detenção de Gershkovich ficará a cargo do enviado especial dos EUA responsável por assuntos relacionados com reféns, Roger Carstens, dando ao caso mais recursos.

Gershkovich foi detido em Yekaterinburg, a cerca de 1.800 quilómetros a leste de Moscovo. Agências de notícias russas informaram na sexta-feira que o jornalista foi acusado de espionagem. Gershkovich e o The Wall Street Journal rejeitaram a acusação que a Casa Branca classificou de "ridícula".

O jornalista norte-americano, que antes tinha trabalhado para a AFP, foi detido pelos serviços de segurança russos quando estava em reportagem em Yekaterinburg, nos Montes Urais. As autoridades acusam-no de recolher informações sobre a indústria de defesa russa.

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