Trump reintroduz sanções ao Irão que Obama levantara. UE critica
O secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, assegurou hoje que as novas sanções contra o Irão serão impostas de forma rigorosa e vão permanecer até que o Governo iraniano altere a sua política, apesar das críticas provenientes da Europa.
Em declarações aos jornalistas no seu regresso aos EUA após uma deslocação ao sudeste asiático, Pompeo disse que o restabelecimento das sanções, em que o primeiro conjunto começa a ser aplicado a partir desta terça-feira, constitui um importante pilar da política dos EUA face ao Irão.
As sanções, que tinham sido levantadas após a assinatura do acordo nuclear iraniano, em 2015 pelo então presidente Barack Obama, vão ser reintroduzidas a partir de terça-feira.
A partir de então, segundo o The Washington Post, Teerão deixa de poder usar o dólar, principal moeda nas trocas comerciais e compras de petróleo. As vendas de carros feitos no Irão será proibida e autorizações para importar carpetes iranianas e comida, como pistácios, são revogadas. O mesmo acontece às licenças que permitiram aos iranianos comprar partes de aviões europeias e norte-americanas.
Pompeo considerou ainda que a administração da Casa Branca tem outras perspetivas para além das sanções, mas que "exigem uma enorme mudança" por Teerão.
"Esperamos encontrar uma forma de seguir em frente, mas isso deverá implicar uma enorme mudança por parte do regime iraniano", disse no domingo, acrescentando: "Têm de se comportar como um país normal. É o que pedimos. É muito simples".
Pelo contrário, os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) referiram hoje "lamentar profundamente" a reintrodução das sanções pelos Estados Unidos.
Através de uma declaração conjunta, a responsável pela política externa da UE, Federica Mogherini, e os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Reino Unido e Alemanha assinalaram que o acordo nuclear com o Irão de 2015 "está a funcionar e a atingir o seu objetivo" de limitar o programa nuclear iraniano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou os EUA deste acordo, que impôs o fim das sanções internacionais em troca da aceitação pelo Irão de restrições ao seu programa nuclear. Os inspetores da ONU disseram que o Irão está a cumprir o programa, mas Trump considerou que não estão a promover todas as medidas.
No entanto, os ministros europeus definem o acordo com o Irão "crucial para a segurança da Europa, da região e do todo o mundo".