EUA defendem nova estratégia nuclear e exortam a atitude forte contra ameaças

Genebra 06 fev (Lusa) - Os Estados Unidos defenderam hoje a sua nova e controversa política nuclear na Conferência sobre Desarmamento das Nações Unidas, que decorre em Genebra, insistindo que é preciso uma atitude mais assertiva frente a um crescente clima de insegurança.
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O novo "posicionamento nuclear" do Pentágono, revelado na semana passada, visa dotar os Estados Unidos de novas armas de baixa potência como "resposta" ao alegado rearmamento da Rússia e da China, desmentido quer por Moscovo quer por Pequim.

"O ambiente de segurança hoje é mais dinâmico, complexo, exigente e ameaçador que aquele que se seguiu ao fim da Guerra Fria", afirmou em Genebra o embaixador norte-americano junto da Conferência sobre o Desarmamento da ONU, Robert Wood.

Wood acusou a Rússia, a China e a Coreia do Norte de estarem a reforçar os seus arsenais nucleares e de estarem a "reforçar a importância das armas nucleares nas suas estratégias de segurança".

"Algumas das pessoas naquela sala talvez pensem que deveríamos apenas meter a cabeça na areia e ignorar as ameaças, deixando que a Rússia, a China e a Coreia do Norte continuem a fazer o que fazem", disse o embaixador Wood aos jornalistas, no exterior da sala de conferências.

Para o embaixador americano, o novo posicionamento nuclear dos Estados Unidos "reflete a realidade da situação securitária", acrescentando que "é importante reforçar a dissuasão nuclear".

A Rússia denunciou o "caráter belicista" e "anti-russo" do novo posicionamento nuclear americano, advertindo que poderá vir a tomar "as medidas consideradas necessárias" para garantir a sua própria segurança.

Já a China expressou a sua firme oposição ao novo relatório do Pentágono, que lança "especulações ao acaso" sobre as intenções de Pequim. O Irão acusou os Estados Unidos de estarem a "reaproximar a Humanidade da aniquilação".

A última vez que o dispositivo nuclear norte-americano foi alvo de uma reanálise profunda foi em 2010.

A estratégia foi muito criticada, sobretudo por analistas que acusam a administração Trump de violar os acordos de não proliferação e de procurar baixar o limiar para desencadear um ataque nuclear.

"Não baixámos o limiar nuclear", afirmou o embaixador.

"O objetivo é o de afirmar claramente que não interessa a ninguém recorrer às armas nucleares", concluiu.

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