Estudos de 2009 apontavam risco de deslizamento de terras no Rio de Janeiro

O deslizamento de terras, no estado brasileiro do Rio de Janeiro, que fez 15 mortos, já tinha sido classificado como de risco "médio" num relatório elaborado em 2009 por um professor da Universidade Federal Fluminense.
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Segundo o estudo realizado por Elson Nascimento, citado pelo portal de notícias G1, o risco de deslizamentos na região era "médio", e o morro da Boa Esperança (monte que sofreu o deslizamento) precisava de monotorização constante devido às construções irregulares na área.

O relatório frisava ainda que todos os morros da cidade precisavam deste tipo acompanhamento.

No entanto, apesar do estudo ter sido feito a pedido do Ministério das Cidades e da Prefeitura de Niterói, hoje, o autarca da cidade, Rodrigo Neves, referiu que o morro não estava sinalizado como de alto risco nos estudos técnicos.

Para Elson Nascimento, o que fez aumentar o risco de deslizamento foi a ocupação irregular das terras, que mudou a forma de drenagem da água da chuva e pode ter causado infiltrações que deixaram o solo demasiado húmido.

"Não é só uma questão hidrotécnica e hidrológica, é uma questão de ocupação, de habitação para a população de baixa renda. Então, a expectativa que se tem é que essas situações tenham piorado, devido a essas ocupações nas encostas", disse Elson Nascimento.

A prefeitura de Niterói disse à imprensa brasilera que as 22 famílias que foram desalojadas depois do deslizamento de terras irão ter casas que já se encontram em contrução e serão entregues no dia 20 de dezembro.

O deslizamento de terras ocorreu no sábado e provocou 15 mortos e, pelo menos, 11 feridos, segundo o novo balanço das autoridades brasileiras, que admitem que o número de vítimas mortais possa aumentar.

O governo local declarou oficialmente três dias de luto e assegurou que dará apoio às 22 famílias desalojadas.

No terreno têm estado cerca de 200 membros dos bombeiros, proteção civil e 80 militares. A ajudar nos resgates têm estado também voluntários.

Em 2010, apenas a 15 minutos da Boa Esperança, no morro de Bumba, 48 pessoas morreram num deslizamento provocado por intensas chuvas.

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