Estrelas da música angolana juntas em Lisboa

 Festiangola divide-se por géneros como o 'kuduro', o 'kizomba' ou o 'semba'
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Trinta e seis artistas angolanos de seis géneros diferentes vão estar juntos no Festiangola 2010 marcado para hoje no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. O espectáculo começa às 18.00 e os preços variam entre os 10 e os 15 euros. Um valor muito abaixo dos que habitualmente são praticados na música ao vivo, provavelmente a pensar no poder de compra do target a que este festival muito particular se dirige.

Entre nomes reconhecíveis e figuras totalmente desconhecidas, o foco incide sobretudo no semba, uma espécie de chula angolana com muito batuque à mistura, kizomba, kuduru e hip hop. Do primeiro género, emergem os nomes de Paulo Flores e Yuri da Cunha (que também vai estar presente no Rock in Rio).

A selecção de kizomba faz-se com Eduardo Paím, Yola Semedo, Konde, Maya Cool, Ary, Heavy C, Pérola, Matías Damásio, Yola Araújo, Caló Pascoal e Sabino Henda.

Já a de hip hop e kuduro, uma santa aliança neste evento e na expressão da música angolana, apresenta artistas com alguma expressão em Portugal como Anselmo Ralph, Dji Tafinha, Dog Murras, Bruno M, Puto Prata e, provavelmente, aqueles que seriam os cabeça de cartaz do Festiangola se fosse necessária uma escolha: os Kalibrados. Vui Vui, um dos rappers de um grupo que "já consegue vendas bastante razoáveis de CD", fala de um "concerto de unificação". O elenco completa-se com Yannick, Big Nelo, Mr. JD, Army Squad, Noite e Dia e Vavagabanda. A equipa de "bailarinos" tem o Grupo de Dança e os Kilandukilu.

Destes todos, "há artistas que já conseguem safar-se no panorama internacional", refere Vui Vui. Por exemplo, Yuri da Cunha "abriu agora uma série de concertos de Eros Ramazzotti". E hoje em dia, "os angolanos já são mais protectores com a música local", embora "se continue a consumir muita música internacional em Angola". EUA, Brasil e Cabo Verde são os principais "exportadores", mas figuras como "Rui Veloso, Mariza, Luís Represas, Da Weasel, Boss AC, Gutto e Buraka Som Sistema" também são muito "consumidas".

A união dos artistas angolanos no Pavilhão Atlântico dirige-se à comunidade local - "Portugal é o país que mais angolanos recebe" -, mas não exclui, de todo, a população portuguesa. "Queremos erguer o bom-nome de Angola e encurtar as distâncias. Se vierem, poderão também conhecer o nosso segundo álbum (Cartas na Mesa)", do ano passado.

Para os músicos, esta é a possibilidade de travar um reencontro "nem sempre possível" no país de origem por causa "dos compromissos de cada um", o que denuncia uma classe "unida, de forma geral" que ainda não sofre " com os efeitos da Internet e do MP3", explica Vui Vui.

Mas como nem tudo é ritmo e movimento, também há música clássica no Festiangola, com a Orquestra Infantil, Kapossoka e Célsio Mambo.

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