Estátuas que se mexem e têm coração

Nas ruas de Lisboa há artistas nacionais e estrangeiros, mas os portugueses são os únicos registados na câmara.
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Quem quiser tirar uma selfie com Mozart vai à Rua Augusta, em Lisboa, num dia que não chova, e chega-se à estátua viva que reproduz um monumento de Viena. Terá direito a um aperto de mão e, se pedir, a um autógrafo de José Pedro Alves, "com a amizade clássica de sempre".

O homem-estátua, com 30 anos de experiência como ator, faz dele as palavras de Oscar Wilde e diz em lápide que "se um homem faz da vida um uso artístico, o cérebro passa a ser o seu coração". Às vezes, é contratado para receber hóspedes em hotéis ou para abrilhantar grandes festas de salão. Na Baixa, está quatro horas por dia, quando não chove, ao som da música de Wolfgang Amadeus, a sorrir, com uma pomba mecânica na cabeça, a acenar aos que lhe dão moedas e, sobretudo, a estar quieto, como uma estátua deve estar.

Ao longo dos anos, as ruas pombalinas foram-se enchendo de artistas de rua, como acontece nos centros das outras grandes cidades europeias: mimos, bailarinos, músicos, pintores, caricaturistas e mesmo peritos em fazer bolhas de sabão gigantes ou figuras com balões-salsicha. O metro, que, em Paris, por exemplo, é palco para instrumentistas e cantores, não seguiu a onda. Por isso, não há abrigo para os artistas.

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