Escultor Paulo Neves inaugura Bio-Grafias

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A galeria do Diário de Notícias inaugura hoje a exposição Bio- -Grafias, da autoria do escultor Paulo Neves, artista que se tem destacado pelas obras de dimensão humana e monumental. "Estas foram feitas a partir de troncos de castanho centenários, encontrados já sem vida perto da serra de Arouca", conta o autor, para quem a natureza joga um papel fundamental no seu percurso. "Decidi ressuscistá-los para poderem contar a história", adianta.

Além destas peças, algumas de grandes dimensões (dois metros de altura e outro tanto de largura), Paulo Neves introduz outro elemento na exposição. Painéis de madeira marcados com círculos em linhas paralelas, denominador comum com as esculturas que nasceram da manipulação da madeira de castanho (com recurso a uma motosserra). A intervenção do escultor imprime um aspecto tecnológico que só o toque desmente. Se há característica que marca esta exposição é a interactividade.

As peças em exposição são o resultado de mais de um ano de trabalho. Paulo Neves descreve-as como "desenhos de vida" (num sentido literal do título da exposição). Bio-Grafias não tem mensagem declarada. O tempo, porém, joga um papel fundamental. "Quando olho para as peças sinto que passaram muitos anos sobre o material, o que reflecte um pouco a nossa vida", sustenta.

Nenhuma das 16 peças em exposição a partir de hoje na galeria do DN foi antes mostrada ao público. Todas foram pensadas para este espaço. Os mais conhecedores podem notar, porém, que Bio-Grafias deriva naturalmente do anterior projecto de Paulo Neves. "Fiz uma experiência com ocos", diz ao DN. Este "é um pouco diferente", esclarece, mas faz parte da actual linha artística do autor repleta de linhas aneliformes. Paulo Neves continua a trabalhar a madeira, a pedra e o bronze, mas deu uma volta de 180 graus na sua perspectiva artística em 2005, com Impressões, Rodas e Ocos, pondo de lado as "caras" de dimensões monumentais que inscreveram o seu nome no panorama da arte contemporânea portuguesa. O seu trabalho pode ser visto em Portugal - do Museu de Arte Moderna do Porto ao Mar Shopping, em Matosinhos - mas também na Bélgica, Itália, Brasil, Marrocos, entre outros países.

A entrada para a exposição é livre e a mostra está patente na galeria do DN (Avenida da Liberdade, 266), até 16 de Outubro. Seguirá depois para a galeria do JN, no Porto, durante o mês de Outubro.

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