Enfermeiros obstetras querem normas para partos naturais

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Enfermeiros obstetras do Sul da Europa vão reunir-se, no Porto, amanhã e depois, para debater a criação de um procedimento específico quanto aos partos normais. Para além de mais de 150 participantes portugueses, estarão especialistas espanhóis, gregos, italianos, franceses e cipriotas. A questão de fundo deste X Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras é assim resumida por Vítor Varela: "Como parir no Sul da Europa?"

De acordo com aquele enfermeiro parteiro, as recomendações internacionais relevam a importância de um parto natural, procedimento "que está a aumentar em Portugal", podendo ser feito por enfermeiros obstetras. Também se regista uma adesão significativa de mulheres que desejam dar à luz em casa. Vítor Varela acentua que, anualmente, "devemos ter, em Portugal, entre 200 e 500 partos ao domicílio".

Em Espanha, disse, todas as capitais de província dispõem de uma associação - Nascer em Casa - que contempla os pedidos das utentes, e que pode fornecer indicações quanto às medidas a adoptar no nosso país. A utilização da água no trabalho de parto é outro tema em discussão.

Os enfermeiros pretendem que às grávidas lhes assista o direito de estarem informadas para fazerem escolhas conscientes sobre as vantagens de um parto natural e espontâneo (não induzido), dando à luz sem intervenção cirúrgica e medicação.

Vítor Varela lamenta que ainda vigore o modelo médico em que não é reconhecida a qualificação e a responsabilidade dos enfermeiros parteiros, apesar de serem abrangidos por uma directiva comunitária.|

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