Os fios das teias de aranha são dos mais resistente que há e pensa-se que são susceptíveis de múltiplas aplicações. Só há um pr-oblema: não é possível a produção em massa, pois quando muitas coexistem no mesmo espaço, tendem, naturalmente, a alimentar-se entre si, o que seria a falência de qualquer negócio. .O desafio é, assim, criar formas de produção artificial de teias de aranha - o objectivo do SpiderLab (O Laboratório das Aranhas), a funcionar junto da Universidade de Nottingham, na Grã-Bretanha..Até hoje, já foram identificados alguns dos genes responsáveis pela criação dos fios de seda, e até criar a proteína na origem da seda, mas a produção de fio susceptível de utilização prática, não tem obtido bons resultados. É aqui que intervém a investigação em Nottingham, cujo primeiro objectivo é estabelecer o perfil das cerca de 900 espécies de tarântulas, que são por si uma família autónoma na grande árvore dos aracnídeos, que conta, no total, mais de 35 mil espécies. E que poderão ter desenvolvido outros tantos tipos de comportamentos e outros tipos de seda..Uma das investigadoras ligadas ao projecto, Sara Goodacre, explicava ontem à BBC que "a seda das tarântulas é ainda uma área pouco estudada (...), pode revelar-se algo diferente de tudo aquilo que sabemos até agora"..As tarântulas separaram-se das outras espécies de aranhas "há alguns milhões de anos (...) e isto, em termos de produção de seda, pode ter originado algo verdadeiramente distinto". .Para o Laboratório das Aranhas britânico não se trata só de determinar a especificidade da seda das tarântulas, mas também estabelecer que tipos diferenciados de seda podem originar, consoante a espécie deste tipo de aracnídeos..O laboratório de Nottingham tornou-se, assim, numa espécie de "jardim zoológico" para tarântulas de todos os tamanhos e feitios. Lê-se na reportagem da BBC que algumas são tão agressivas como qualquer outro animal feroz, enquanto outras são "tão dóceis, como a tarântula rosada do Chile, que pode ser tratada como um animal de estimação"!.O primeiro aspecto que está a ser investigado são as razões das tarântulas serem capazes de se especializarem em tantos tipos diferentes de seda e em diferentes modos de produção. "Sabemos que há espécies que vivem no chão e criam a sua teia neste plano, outras escavam verdadeiras tocas para tecer a sua teia e outras tecem-nas recorrendo a estratégias aéreas, utilizando os ramos das árvores". A primeira questão é saber, pois, se o tipo de seda que resulta destas opções "é exactamente o mesmo e se o utilizam da mesma forma". .Em Nottingham já foi isolado o material genético do órgão produtor de fio nas tarântulas, a fiandeira, onde as moléculas líquidas da seda são transformadas em fio. .A investigação centra-se agora na cartografia dos genes da fiandeira, no seu número e modo de operar. Este será um pequeno passo na longa caminhada para a produção artificial da proteína da seda das aranhas.