Eleições para governadores preocupam Trump e os Republicanos

Os norte-americanos vão votar para os cargos de 33 governadores estaduais, na terça-feira, numas eleições que podem ser determinantes para a escolha do próximo Presidente dos EUA.
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Nas eleições intercalares dos Estados Unidos da América, na terça-feira, as atenções internacionais vão certamente centrar-se nas escolhas para congressistas e senadores e em qual o partido que controlará as câmaras de representantes.

Contudo, localmente, os americanos vão dedicar também atenção a uma outra escolha: a do lugar de governador estadual, que decorrem em 36 Estados e três territórios.

E há um eleitor particularmente interessado no resultado geral dessas eleições: Donald Trump, Presidente dos EUA, para quem a reeleição em muito dependerá do sucesso que o Partido Republicano tiver na escolha de governadores.

Atualmente, o Partido Republicano, que apoia Donald Trump, domina o governo de 33 Estados, contra 16 sob alçada dos Democratas e um gerido por um independente (no Alasca, e que terça-feira se recandidata ao cargo).

As sondagens mais recentes indicam que os Democratas podem recuperar entre seis e 10 dos governos estaduais agora nas mãos de Republicanos.

O Presidente dos EUA tem razões para estar contrariado com estas sondagens, já que, historicamente, os governadores estaduais são pilares importantes no apoio às candidaturas presidenciais e Donald Trump não esconde que vai procurar a reeleição.

As projeções preocupam igualmente os dirigentes do Partido Republicano, sobretudo em alguns Estados onde temem estar a perder importantes bases de apoio.

Os Republicanos estão inquietos, sobretudo, com a possibilidade de serem derrotados em três Estados: Illinois, Michigan e Novo México.

A sua perda de posição nestes postos, a acontecer, será um revés na estratégia de solidificar eleitorado relevante, por razões muito diferentes (no Illinois e no Michigan, por serem tradicionalmente Democratas; no Novo México, por ser tradicionalmente conservador), o que pode ter leituras políticas danosas para a imagem dos Republicanos e de Trump.

Outra preocupação prende-se com a corrida para o lugar de governador da Florida, neste caso porque se trata de um Estado fundamental para a estratégia partidária Republicana, onde a rivalidade entre os dois partidos tem sempre um especial interesse eleitoral.

A eleição para governador da Florida tem sido também notícia por o candidato Republicano, Ron DeSantis (muito próximo de Donald Trump), ter usado expressões racistas para com o seu adversário Democrata, Andrew Gillum, que, se ganhar, será o primeiro negro a chegar a governador do Estado.

A polémica contribuiu para a radicalização de posições dos candidatos e para uma escalada de violência verbal, que tem sido acompanhada igualmente pelos candidatos Republicanos e Democratas ao Senado e ao Congresso.

Uma outra eleição estadual a olhar com atenção decorre no Wisconsin, no norte dos EUA, onde o candidato democrata, Tony Evers, procura interromper uma sequência de três mandatos consecutivos do Republicano Scott Walker.

A relevância desta eleição, em termos nacionais, prende-se com o facto de o candidato Republicano ter vindo a defender posições que nem sempre estão alinhadas com a gestão de Donald Trump, nomeadamente na área da segurança social, onde Walker defende propostas semelhantes às apresentadas pelo ex-Presidente Democrata Barack Obama (e que Walker, na altura, combateu politicamente).

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