Eleições em Taiwan testam Presidente e tensões com a China

Os eleitores de Taiwan começaram a votar hoje de manhã nas eleições intercalares, vistas como um teste ao atual Governo e uma prova de fogo às crescentes tensões com a China.
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Ao todo, vão ser renovados os mandatos de 22 presidentes de municípios e outros órgãos do poder local, dos quais 13 são atualmente do Partido Progressista Democrático (PPD), da Presidente, Tsai Ing-wen.

Paralelamente às eleições locais, os dezanove milhões de eleitores da ilha vão responder a um número recorde de 10 referendos, incluindo um que poderá dar "luz verde" ao casamento 'gay', enquanto num outro decide o nome da ilha em competições desportivas internacionais, numa provocação a Pequim.

Longas filas formaram-se durante a manhã em frente às assembleias de voto, que encerram às 16:00 (08:00 em Lisboa). Os resultados são conhecidos esta noite.

"Sinto que esta é uma sociedade democrática e as pessoas podem expressar as suas opiniões sobre muitos assuntos", disse Tsai aos jornalistas, momentos depois de votar.

No início da semana, a Presidente saiu em defesa de uma cineasta pró-independência criticada na China devido aos comentários com conotação política que teceu durante um festival de cinema em Taipé.

"Nunca aceitámos o termo 'Taiwan China' (...) Taiwan é Taiwan", escreveu Tsai Ing-wen na conta oficial da rede social Facebook.

Em 10 de outubro, no Dia Nacional de Taiwan, a governante acusou a China de promover conflitos na região e garantiu que não vai renunciar à soberania ou a um estilo de vida "livre e democrático".

Taiwan vai "evitar o confronto e manter a paz e a estabilidade", mas não vai ceder à "pressão chinesa", acrescentou a líder.

Tsai Ing-wen, eleita em 2016, apresentou estas eleições como uma forma de "dizer ao mundo" que Taiwan nunca se curvará à República Popular da China, o que aumentou a pressão militar e diplomática na região.

Pequim considera a ilha, onde se refugiaram as tropas nacionalistas depois de serem derrotadas pelas forças comunistas, em 1949, uma província da China contra a qual ameaçou usar a força se Taipé declarar independência.

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