Ondas podem chegar aos 15 metros. Sete distritos sob aviso vermelho

A depressão não afetará diretamente Portugal Continental, mas o mau tempo a ela associado fez-se sentir durante a madrugada, com a Proteção Civil a registar quase 200 ocorrências ocorrências.
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Sete distritos vão estar entre esta quinta e sexta-feira sob aviso vermelho devido à previsão de agitação marítima forte, indicou o IPMA.

Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar sob aviso vermelho entre as 09:00 desta quinta-feira e as 15:00 de sexta-feira, devido à previsão de "ondas de noroeste com altura significativa 7 a 8 metros, podendo atingir a altura máxima de 14/15 metros".

Faro, Setúbal e Beja vão estar sob aviso laranja, entre as 15:00 desta quinta-feira até às 00:00 de sábado, também devido à previsão de agitação marítima forte, ainda de acordo com a nota do IPMA.

As Pontes Vasco da Gama e 25 de Abril estão hoje de manhã com limites de velocidade devido ao vento forte, disse à Lusa fonte da Lusoponte, empresa que faz a gestão destas infraestruturas.

A velocidade na Ponte 25 de Abril foi reduzida de 70 para 60 quilómetros por hora (km/h) e na Ponte Vasco da Gama, no sentido Norte-Sul, a velocidade máxima é agora de 80 km/h e no sentido contrário de 60 km/h devido ao vento forte.

A avenida D. Carlos I, na barra do Douro, no Porto, está fechada ao trânsito pedonal e automóvel desde as 21:00 de quarta-feira, devido ao agravamento das condições meteorológicas.

O IPMA tinha alertado que Portugal continental iria sentir os efeitos da depressão Ciáran durante a madrugada e manhã de quinta-feira, com precipitação e vento por vezes forte, ainda que a tempestade não chegue a atingir diretamente o território nacional.

Segundo um comunicado do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), "a depressão Ciarán não afetará diretamente Portugal Continental, embora estivesse prevista a passagem da superfície frontal fria que lhe está associada pelo território continental durante a madrugada e manhã de dia 2".

A previsão apontava para precipitação "por vezes forte", em especial nas regiões norte e centro do país.

Na quinta-feira, haverá também "um aumento da intensidade do vento, que soprará forte no litoral das regiões norte e centro, com rajadas até 90 km/h, e nas terras altas, com rajadas até 110 km/h", podendo até superar aquele valor nos pontos mais altos da Serra da Estrela, destaca ainda o IPMA.

França, Inglaterra e outros países da Europa ocidental poderão enfrentar alguns dos ventos mais fortes registados em décadas à medida que a tempestade Ciarán avança em direção à costa, já tinhm alertado hoje meteorologistas.

Em França, a Météo-France alertou para ventos excecionais com rajadas de cerca de 145 km/h na Bretanha, Normandia e Pays de la Loire. No extremo noroeste do país, são esperados ventos de até 170 km/h e ondas de quase 10 metros de altura.

No Reino Unido, serviço de meteorologia britânico emitiu alertas de mau tempo para ventos com rajadas de cerca de 130km/h ou mais nas áreas costeiras entre a noite de quarta-feira e quinta-feira. As Ilhas do Canal e o leste da Inglaterra sofrerão o maior impacto do vento e da chuva, mas grande parte do sul e sudeste será também atingida por ventos e chuvas mais fortes do que o normal.

De acordo com Rachel Ayers, do Met Office, poderão ocorrer falhas de energia na sequência de queda de árvores, constrangimentos na circulação rodoviária e o encerramento de serviços ferroviários.

A última vez que se registaram ventos fortes deste nível no Reino Unido foi durante a tempestade Eunice, em fevereiro de 2022, mas a meteorologista avisa que a tempestade Ciarán poderá causar ainda mais danos.

A Proteção Civil registou entre as 00:00 e as 07:00 de hoje 199 ocorrências relacionadas com o mau tempo nas regiões Norte e Centro, a maioria quedas de árvores, sem causar vítimas ou danos avultados.

Em declarações à agência Lusa, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), adiantou que a região Norte, principalmente os distritos do Porto e Viseu, foi a mais afetada.

"Na região Norte tivemos um total de 145 ocorrências, 116 das quais relacionadas com quedas de árvores, e 54 na região Centro, 42 das quais também quedas de árvores relacionadas com o vento forte", disse.

De acordo com Paulo Santos, foram também registadas sete ocorrências na região de Lisboa Vale do Tejo.

"Além das quedas de árvores foram registadas ainda pequenas inundações e queda de estruturas, mas em menor número", indicou.

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