Durão Barroso apoia Guterres para secretário-geral da ONU
O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso apoia a candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas, "saudando a decisão" e considerando que "tem qualidades mais do que suficientes para isso".
Durante um debate na RTP, com o mote 'Que mundo é este?', os dois antigos primeiros-ministros de Portugal passaram em revista temas da atualidade política internacional, com uma breve referência à candidatura de António Guterres à ONU. "O cargo de secretário-geral das Nações Unidas é dos mais importantes a nível mundial; um secretário-geral, se for intelectualmente brilhante, pode conseguir uma certa margem de autonomia e iniciativa, mas não ataquemos (...) é como a União Europeia, é o que os Estados quiserem que ela seja; o mesmo se passa na ONU", disse Durão Barroso.
Antes, já Guterres tinha falado sobre as Nações Unidas, e considerado que "o drama hoje é ter quase a mesma ONU que foi feita naquela altura [período a seguir à segunda guerra mundial]; o período pós guerra foi de extraordinária criatividade em termos de 'governance' mundial (...) O mundo de hoje, pelas transformações dos últimos anos, precisa de capacidade de inovação e de modernização das estruturas que nos regem".
O Governo português anunciou em janeiro a apresentação da candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas. O antigo alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) concorre juntamente com a diretora da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a búlgara Irina Georgieva Bokova, a ministra dos Negócios Estrangeiros croata, Vesna Pusic, e o ex-presidente da Assembleia-Geral da ONU Srgjan Kerim, da Croácia.
O próximo secretário-geral da ONU assumirá funções a 1 de janeiro de 2017, substituindo o sul-coreano Ban Ki-moon, que cumpriu dois mandatos de cinco anos.