Diretor artístico da Casa da Música fica mais 3 anos

António Jorge Pacheco vai manter-se como diretor artístico da Casa da Música, foi hoje anunciado durante a apresentação da programação de 2013, que inclui o regresso de Pedro Burmester, que toca no Porto pela primeira vez desde 2003.
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O regresso de Pedro Burmester está marcado para 08 de dezembro (após as eleições autárquicas), subindo o pianista pela primeira vez ao palco da Sala Suggia para encerrar o Ciclo de Piano EDP, acabando o jejum a que se autoimpôs, como "protesto político", enquanto Rui Rio estivesse à frente da autarquia portuense.

Pedro Burmester não toca na sua cidade natal, desde 2003, altura em que se envolveu numa polémica com o presidente da autarquia Rui Rio, que defendeu a demissão do pianista da administração da Casa da Música, cargo que ocupava depois de ter sido coordenador musical da Porto 2001, Capital Europeia da Cultura.

As declarações de Rui Rio surgiram depois de uma entrevista do pianista ao Jornal de Notícias, em que este considerava que a Câmara do Porto "tem uma percentagem muito pequena (na capital da Casa da Música) e, segundo diz, poucos meios financeiros para investir no projeto. Como tal, não terá uma palavra muito importante a dizer. Está mais preocupada com questões que também têm de ser resolvidas, mas que reduzem o Porto a uma aldeia".

Burmester e a restante administração, que acabariam por incompatibilizar-se, seriam demitidos em junho de 2003, mas o pianista continuou ligado à Casa da Música como consultor permanente e regressou como diretor artístico, já em 2007, com um executivo socialista no Governo, sucedendo-lhe o atual diretor artístico em 2009.

A única atuação de Burmester no Porto, desde 2003, foi para se sentar ao piano no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, na celebração do 11.º ano de elevação do Porto a Património Mundial da Humanidade, para executar os 4 minutos e 33 segundos de silêncio de John Cage. "Pelo Património Mundial, cuja voz tão pouco tem sido ouvida", disse, na altura.

A renovação do mandato do atual diretor artístico foi anunciada hoje pelo presidente do Conselho de Administração da Casa da Música, Nuno Azevedo, após decisão tomada em reunião no dia 12 de outubro.

"É o reconhecimento do mérito do António Jorge Pacheco, como diretor artístico e de educação da fundação, mérito esse que muito contribuiu para que a Casa da Música, após um primeiro diretor artístico, Pedro Burmester, conseguisse afirmar a sua credibilidade muito através do trabalho intenso dos agrupamentos residentes e do consolidar do nosso posicionamento aberto à música e à sociedade", afirmou Nuno Azevedo.

Segundo o presidente da Casa da Música, o diretor artístico contribuiu para afirmar a instituição "como uma das marcas mais fortes na cultura em Portugal e com um grande envolvimento do público" e para a integrar "numa vasta rede internacional, que hoje permite ter uma capacidade de programar a nível internacional".

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