Dilma critica bancos privados e elevadas taxas de juro
"O Brasil de hoje não justifica isso [juros altos]. Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra, com honestidade, os seus compromissos", afirmou a presidente na noite de ontem (madrugada de hoje em Lisboa).
Rousseff disse ainda que a economia brasileira só será "plenamente competitiva" quando for feita a redução dos juros para produtores e consumidores e quando as taxas se equipararem às praticadas no mercado internacional.
"Quando atingirmos este patamar, os nossos produtores vão poder produzir e vender melhor e os nossos consumidores vão poder comprar mais e pagar com mais tranquilidade", realçou Rousseff.
Desde o último mês de agosto, o Banco Central tem adotado uma política de redução da taxa básica de juros. A medida só chegou aos bancos no início de abril, quando o Banco do Brasil, a Caixa Económica Federal e cinco bancos privados baixaram os juros dos empréstimos. As taxas, entretanto, continuam entre as mais altas do mundo.
Rousseff também afirmou que é preciso diminuir os impostos e manter uma taxa de câmbio que defenda a indústria nacional. Desde março a presidente critica as medidas tomadas por países desenvolvidos para vencer a crise económica, por meio da injeção de dinheiro no mercado e a consequente desvalorização da própria moeda.
A presidente disse ainda que irá continuar a buscar meios para combater os "malfeitos e os malfeitores" e estimular as pessoas honestas do país. E dirigiu-se diretamente aos trabalhadores ao dizer que eles têm o direito de usufruir de tudo o que o país produz.
"Tudo que um país produz é fruto do esforço do trabalhador e, por isso, todo trabalhador tem o direito de usufruir de tudo que o seu país produz", afirmou.