Dezenas de imóveis apreendidos em Espanha por ligação a corrupção russa
Dezenas de imóveis avaliados em 25 milhões de euros foram apreendidos em Espanha por alegada ligação a uma rede de corrupção russa, anunciou esta quarta-feira a Polícia Nacional de Espanha.
Os imóveis foram apreendidos em resultado de uma operação conjunta da polícia espanhola e da Europol (Serviço Europeu de Polícia), que concluiu que as propriedades podem ter sido compradas com fundos ligados ao caso Magnitsky, uma rede de corrupção que desviou mais de 230 milhões de euros.
Segundo a polícia espanhola, foi detetada uma rede de pessoas e de entidades jurídicas em Espanha que receberam parte do dinheiro desviado naquele caso e compraram casas com essas verbas.
O dinheiro chegou a Espanha através de contas bancárias de cidadãos russos em bancos espanhóis ou através de empresas de imobiliário espanholas, com ligações à Rússia, que funcionaram como intermediárias.
A Polícia Nacional analisou ainda mais de mil contas bancárias espanholas, dentro de uma investigação que diz ser "sem precedentes" no país por causa da quantidade de informação que envolve.
Até agora, foi possível reconstruir 75 operações de aquisição de imóveis por um valor de quase 25 milhões de euros.
Além disso, uma mulher foi detida em Tenerife, no arquipélago das Canárias, e foram congeladas 19 contas bancárias no seu nome, que estão a ser analisadas.
A polícia diz ainda que foram feitas quatro buscas, nas quais foi apreendida documentação, dinheiro, joias e dois carros de gama alta.
O caso Magnitsky deve o nome ao advogado russo Sergei Magnitsky, que há 15 anos denunciou vários casos de corrupção e de fraude fiscal por parte das autoridades do seu país e morreu em prisão preventiva, em 2009.